Na última semana, eu me mudei com a minha família. Não foi nada grandioso, acredite. Apenas nos movemos de um apartamento para o outro, a poucos metros, atravessando para o outro lado da rua.
Hoje, como em qualquer outra árdua segunda-feira, me levantei, fui ao banheiro e caminhei até a cozinha em busca do meu tão precioso café. No entanto, no corredor, há uma janela pela qual estava entrando um pequeno feixe do sol da manhã. Olhei para fora e, durante alguns milésimos de segundos, fiquei paralisada pois não reconheci a minha própria rua ou a minha própria cidade.
Passado esse momento de lapso, percebi que, na verdade, eu estava observando a mesma paisagem. Os mesmos casebres de tinta descascada, os mesmos prédios que cobriam a vista do topo das montanhas, os mesmos campos à distância, o mesmo lindo canto dos pássaros e a mesma brisa fresca da manhã.
Por que é, então, que a sensação era outra? Por que é, então, que a percepção era outra mas, ainda assim, tão bonita?
Foi aí que eu entendi que era tudo uma questão de posição, de perspectiva.
Posso ter apenas atravessado a rua, mas esses poucos passos já foram suficientes para que eu entendesse que algo, mesmo sendo igual, é diferente, e mesmo sendo diferente, é igual. Tudo se conecta.
Não pude evitar pensar nessa experiência boba de uma manhã comum como uma metáfora para o meu encontro com o BTS, com o ARMY e com o que esses dois, juntos, representam e desenvolvem — e, por isso, decidi refletir e escrever sobre.
O BTS me ensinou que o estranhamento e a reinvenção são fundamentais, a fim de que os detalhes e as belezas da vida não passem batidos — como uma paisagem com a qual já me acostumei e que já não mais me sensibiliza. Seja através de música, dança, literatura, BU ou qualquer outro aspecto, o BTS tem me ensinado a constantemente atravessar ruas e dar passos em direção a perspectivas que me tirem de zonas de conforto e que me levem a conhecimento, empatia, amadurecimento e amor pelo o que eu fui, pelo o que eu sou e pelo o que quero ser.
Você já tentou observar a vida sob outras perspectivas? Que passos você tem dado? Você tem atravessado alguma rua? Não importa se são cem passos, sete ou apenas um. O que importa é que nós sigamos caminhando e descobrindo as diversas janelas e paisagens que a vida tem a nos ofertar.
Compartilho, por fim, com você essa foto que tirei do cenário que encontrei na nova janela. Olhando para ele, é óbvio que eu pensei:
"Como uma flecha no céu azul
Outro dia passará voando
No meu travesseiro
Na minha mesa
É, a vida continua assim novamente"
(Life Goes On - BTS)
Pois é. Obrigada, BTS e ARMY, por me lembrarem que a vida continua e que eu posso continuar me movendo e atravessando ruas junto a ela.
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