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ANÁLISE & TEORIA: A letra e o MV de "DNA" [#MêsLoveYourself]

Updated: Jul 18, 2021

"DNA", sendo a faixa-título de Love Yourself: Her 承, traz à tona a expressão de um amor jovem e apaixonado - como foi dito em entrevista pelo RM - e merece, sem dúvida, um momento especial da nossa atenção nessa Semana Her 承! Sendo assim, hoje o nosso objetivo é apresentar para você, ARMY, a nossa interpretação tanto da letra como do MV dessa música marcante.


Vamos, então, começar observando mais de perto alguns detalhes da letra de “DNA”! Primeiro, confira aqui a tradução completa dela:



Agora, vamos desconstruir um pouco a sua mensagem:



Vamos, como sempre, começar pelo começo!


Afinal de contas, o que é o DNA? Você provavelmente já estudou isso, mas DNA ou Ácido Desoxirribonucleico é uma molécula presente no núcleo das células de todos os seres vivos e que carrega toda a informação genética de um organismo – a essência de tudo quanto somos. Mais a frente voltaremos a ele.


Assim, ao dizer que até mesmo o DNA nos seus vasos sanguíneos, das suas células sentem e afirmam que essa pessoa representa o amor que ele esperava, essa pessoa é como uma parte da sua essência, do todo que é.



Dizer que esse amor é como uma fórmula matemática nos leva a pensar em como uma fórmula sempre leva a uma resposta. Pode não ser uma resposta exata ou uma resposta única, mas sempre levará a respostas sólidas. Assim também, o amor, além de ser uma resposta do destino em si, sempre pode conduzir a respostas sobre a própria existência. O amor sempre revelará meios de "resolvermos" o que for necessário, como uma fórmula.



Perceba como o eu lírico afirma: "Somos tão diferentes, baby”. A forma como esse verso foi construído em coreano não indica que ambos são diferentes um do outro, mas sim que os dois, unidos por esse destino que os conecta em amor, se veem completamente diferente das outras pessoas. É como se dissesse "Nós dois juntos somos tão diferentes de todo o restante porque temos um destino em comum e, assim, nada mais importa".



Esses versos revelam uma reflexão profunda e, ao mesmo tempo, uma provocação muito interessante.


Feche os olhos por um momento e tente, por exemplo, imaginar e trazer à mente todas as pessoas que você ama. Agora, tente se perguntar: Caso você já tivesse vivido uma vida passada ou se fosse possível que você vivesse outras infinitas vidas mais, nessa realidade ou outras, você conseguiria se enxergar amando essas mesmas pessoas?


Essa é a dimensão do amor que é descrito aqui. Um amor que se sente tão profundo e incondicional que o eu lírico escolheria amar esse alguém hoje, ontem e amanhã. Nessas vida, nas passadas e nas vindouras.


Dessa forma, esse amor é tão intenso na sua condição de provido pelo destino que surge uma convicção emotiva de que “estaremos juntos para sempre”.



Observe bem a forma como o eu lírico descreve "esse amor". Falando a partir de um ideal desse amor verdadeiro, na presença dessa pessoa amada, que é a expressão do destino na sua existência, surge uma relação na qual ele se sente desafiado e impulsionado a ir além, a se tornar uma pessoa melhor. E espera-se que isso seja recíproco.


Assim, se desenvolve por meio do amor o "nós". Não mais apenas eu ou apenas você, mas o "nós".


E o eu lírico ama esse "nós" porque é inevitável, conforme o destino de ambos. Porém, é também inevitável porque ele ama o "nós". Tanto o micro como o macrocosmo corroboram por esse amor entrelaçado pelo destino.



Você já teve aquela sensação de que nunca será capaz de compreender completamente o que o amor é? Seja um sentimento, uma ação, um valor, uma ideia ou um misto de todos esses. Como é difícil definí-lo.


Diante disso, tome alguns segundos para pensar assim como eu lírico parece expressar por esses versos: Você já amou alguém ou ama alguém – pensando, agora, no sentido romântico? O que é que nós sentimos ou vivenciamos que nos traz essa sensação de “uau, talvez isso que estou vivendo seja, de fato, amor”?


Essa constante descoberta e redescoberta do amor é algo muito gostoso e mantém constante também a sensação de admiração e surpresa do início do amor. Mantém, em reflexão e na prática, a "chama acesa".


No entanto, é claro que é também uma questão muito complexa, especialmente no início de um relacionamento, por exemplo.


O nosso eu lírico aqui, porém, fala – ou canta – como se dissesse que não sabia, de fato, o que era ou o que poderia ser o amor até ter experimentado dessa emoção, até ter recebido essa resposta do destino, até ter encontrado esse "você".


Por fim, de maneira muito interessante, o verso "Porque o meu coração bate por você desde o início", pela forma como foi escrito em coreano, nos permite duas possibilidades de compreensão:


"O meu coração bate por você" ou "O meu coração corre até você, na sua direção".


Esse jogo de sinônimos expressa e reitera a sensação trazida pelo amor de algo que não se pode evitar. Não são os seus pés ou qualquer outra coisa que o conduzem a essa pessoa. Vai muito além apenas do físico. É o coração, a mente que sempre vai na direção desse alguém.




O MV DE "DNA"



Ao falarmos sobre o MV de "DNA", precisamos entender que, além do foco na coreografia e na transição de vários cenários, o vídeo traz destaque a dois elementos – ambos diretamente relacionados ao conceito e mensagem da música: o universo (como representação do macrocosmo e do destino) e um esquema de cores intenso (que, apesar de variado, tem um sentido e é harmonioso). Já já falaremos mais sobre ambos.


Vamos, então, mais a fundo no videoclipe!


Não é difícil perceber que a primeira cena de "DNA" possui uma conexão direta com o trailer de comeback do álbum, "Serendipity". Porém, há uma diferença fundamental:



Em "Serendipity", quando assistimos essa cena com foco no espaço, no universo, a filmagem seguia uma direção indo para a frente a medida em que a câmera parecia se aprofundar naquele cenário, partindo de tons mais amarelos e roxos para os tons mais vermelhos.



Já em "DNA", temos exatamente o mesmo cenário com o mesmo foco no espaço, no universo, mas a filmagem segue a direção oposta. É quase como se estivesse em "marcha ré", partindo dos tons mais vermelhos e voltando aos tons mais amarelos e roxos.


Se em "Serendipity" esse trajeto nos indicava, entre possibilidades, que veríamos todas as cenas apenas sob a perspectiva do Jimin – ou do Pequeno Príncipe, o que o trajeto idêntico, porém em direção oposta poderia nos indicar aqui?


A resposta é que pudemos deduzir que "DNA", tanto a música em si como principalmente o MV, tratariam dos mesmos temas, porém em uma perspectiva mais ampla, mais abrangente e não tão específica.


Além disso, é claro, assim como logo no início do trailer de comeback temos o foco no olho do Jimin, em "DNA" o mesmo acontece com o olho do Jung Kook.



A própria escolha dos olhos como esse ponto de destaque em conexão com o universo é muito interessante. Dizem que "os olhos são as janelas da alma" ou ainda que pelos olhos é possível enxergar o interior de uma pessoa, não é mesmo? Assim, o olho era o elemento ideal para reforçar a ideia dessa conexão que vai desde o macrocosmo até o nosso mais íntimo, a nossa essência, o nosso DNA.



Bom, continuando. A cena seguinte é inesquecível, em que vemos apenas Jung Kook em um cenário azul junto a alguns detalhes: o seu olhar que se move perfeitamente junto à câmera, o fatídico assobio e diversas fórmulas e estruturas de Química Orgânica que o circundam. Por isso, aqui precisamos fazer um GRANDE parênteses:


Primeiro, o seu olhar fixo ao ponto de vista principal, sem sequer uma falha, reitera a conexão entre macro e micro, além da própria conexão entre dois indivíduos.


Segundo, o assobio. Além de ser uma melodia cativante e que literalmente gruda para sempre na nossa memória, o assobio de "DNA", junto ao olhar penetrante do Jung Kook aqui, parece quase um chamado. Como o universo sussurrando ao nosso ouvido que esse amor é providência dele, nos atraindo a esse destino.


E, finalmente, as fórmulas. Todas elas nos remetem à letra de "DNA", por exemplo, ao citar "fórmulas" literalmente. Porém, há ali alguns detalhes particulares que nos permitem identificar, de certa forma, as estruturas que vemos.


Dando um passo atrás, anteriormente explicamos o que é o DNA, certo? Mas do que ele é formado e como isso se dá? Lá vamos nós às amadas – ou nem tanto – Biologia e Química.


O DNA é formado por uma fita dupla em forma de espiral, chamada de dupla hélice, que é composta por nucleotídeos. Veja:



Cada um dos nucleotídeos do DNA é composto por três partes:


⚪️ Um carboidrato de cinco carbonos (chamado pentose)

⚪️ Uma base nitrogenada

⚪️ Um grupo de fosfato



No caso do DNA, a base nitrogenada de um nucleotídeo pode ser uma adenina, uma citosina, uma guanina ou uma timina, aquelas que na Biologia conhecemos famosamente pelas iniciais A, C, G e T. Assim, a base nitrogenada pode variar no seu formato. Veja essas ilustrações das fórmulas moleculares das bases nitrogenadas:



Observando com bastante atenção, você poderá perceber, então, que o que vemos junto ao Jung Kook, além de fórmulas diversas, são as próprias fórmulas moleculares dos nucleotídeos, nas suas várias possibilidades de bases nitrogenadas. Desse modo, nós não apenas falamos sobre o DNA nessa canção, mas também podemos assistí-lo literalmente presente pelas fórmulas desenhadas nessa e em outras cenas ao longo do MV!



Daqui em diante, para entendermos sobretudo o esquema de cores do vídeo – que diz mais do que parece, precisamos também fazer um parênteses.


Após a descoberta do DNA, teve início o estudo dos ácidos nucleicos, o qual progrediu para o estudo de genes e se expandiu muito nas últimas décadas no campo da genômica.


Genômica é o estudo de genomas inteiros, incluindo o conjunto completo de genes, sua sequência e organização de nucleotídeos e suas interações dentro de uma espécie e com outras espécies. Os avanços na genômica foram possíveis graças à tecnologia de SEQUENCIAMENTO DE DNA. Assim como a tecnologia da informação levou ao Google Maps, que nos permite obter mapas e informações detalhadas sobre locais em todo o mundo, a informação genômica é usada para criar mapas semelhantes do DNA de diferentes organismos.


Um dos muitos métodos utilizados nesses mapeamentos é o uso de cores. Por exemplo, vamos supor que, para cada tipo de base nitrogenada, se utilize uma cor primária diferente. Ao finalizar-se um processo intenso de mapeamento desse DNA, o que poderíamos encontrar como resultado é uma imagem como essa:



De forma bastante superficial, podemos dizer que estamos olhando para o mapa de um DNA. Fantástico, não é mesmo?


Agora, perceba o esquema de cores que é trazido à tona nesse processo. Entre elas, as cores são bastante diferentes, mas nada ali parece desencaixado, fora do lugar ou como se não estivesse combinando com o restante. Existe um equilíbrio, uma harmonia que salta aos nossos olhos.


Essa poderia ser a origem e a base de inspiração da construção do esquema de cores para o MV de "DNA"!



Temos cenários, roupas e objetos intensamente coloridos, mas, ao mesmo tempo, nenhum deles parece deslocado. Existe uma harmonia. Além disso, se as cores nos revelam o mapa desse DNA, é como se os membros do BTS estivessem caminhando e dançando pelo mapa do seu DNA, que também revela esse amor e mostra a ligação intrínseca e harmoniosa de ambos, do destino e da sua essência.


Para além da inspiração das cores nos mapeamentos genéticos e no próprio universo, a diversidade de cores bem como a explosão delas nos lembram algo que já havíamos visto antes com o BTS, não é?


Exato. Na era WINGS, em MVs como o de "Blood, Sweat & Tears", as explosões de cores simbolizavam para nós algo como um despertar, transformações e descobertas, uma mistura de sensações e pensamentos, além da própria compreensão sobre a diversidade da vida.



O mesmo parece acontecer aqui. Temos explosões de cores e cores que se encontram e se misturam ao longo de todo o MV, de modo que se indique esse amor que também desperta e transforma, que chacoalha tudo o que somos, além da própria diversidade do amor.


Caminhando mais a frente no MV, há vários momentos em que vemos membros do BTS se espelhando. Isso se dá tanto quando vemos j-hope e V se espelhando nessa transição da coreografia como quando vemos dois membros em foco na tela:


⚪️ V à esquerda e j-hope à direita;



⚪️ Jung Kook com algo que parece ser o próprio DNA no movimento atrás dele (ou seja, o micro) oposto na tela ao V com várias cores atrás dele que remetem ao universo (macro);



⚪️ Jimin em um plano de fundo branco oposto ao V em um plano de fundo preto.



Na verdade, em muitos pontos do MV, nós podemos observar opostos!


Por exemplo, quando temos um cenário mais claro com uma figura como o sol (dia) em contraste com um cenário mais escuro com a presença da lua (noite).



Podemos compreender esses opostos e contrastes como uma referência, novamente, ao próprio DNA. Você se lembra da dupla hélice que mencionamos? São duas fitas perfeitamente opostas uma a outra, porém elas se complementam também perfeitamente.


Talvez você se lembre, ao estudarmos o DNA em Biologia na escola, aprendíamos que uma base nitrogenada A apenas se conectaria a uma T, uma C a uma G e vice-versa para ambos os casos.



Assim, nesses opostos e espelhamentos no MV, também é reiterada a conexão e a unidade que reside entre macro e micro.


Uma cena que causa grande intriga no MV de "DNA" é essa em que vemos o V de ponta cabeça diante de um cenário que, mais uma vez, retrata o universo e o macrocosmo.



É óbvio que essa imagem leva a nossa memória de volta ao MV de "Epilogue: Young Forever", da era HYYH, no qual vemos Taehyung em uma posição muito semelhante. Se quiser, você pode conferir a nossa análise desse vídeo aqui!



No entanto, qual poderia ser a explicação para essa cena em "DNA"? Temos algumas possibilidades:


Primeiro, perceba que o único elemento que está de ponta cabeça na cena é o próprio V, enquanto indivíduo (micro). Todo o restante, que nos remete ao macro, está em perspectiva normal. Assim, podemos pensar mais uma vez no uso de imagens opostas, como falamos há pouco.


Outra explicação possível seria pensarmos que V seria o membro a abrir as portas de Love Yourself: Tear com Singularity, uma música que é o início da desconstrução daquele amor idealizado, que viraria de ponta cabeça tudo o que havia sido explorado até então no amor. Assim, essa poderia ser outra possibilidade.


E, claro, sabemos bem que o BTS ama causar pequenos surtos no ARMY com conexões entre os seus trabalhos no passado e no presente!


Por fim, o DNA aparece em destaque no MV em mais dois detalhes que devemos mencionar aqui:



Primeiro, na própria coreografia do BTS. Nesse movimento no qual os membros do grupo se ligam pelos seus braços e mãos e, em movimentos perfeitamente sincronizados, nos levam a pensar no movimento perfeitamente sincronizado também da dupla hélice do DNA, bem como no próprio princípio da conexão e da reação em cadeia.



O segundo detalhe está tanto nessa cena em que vemos surgir no braço do Jung Kook em destaque uma figura representativa do DNA como em uma das últimas cenas do MV em que, ao fundo dos membros, surge uma grande imagem também representativa do DNA.


Perceba que, em ambos esses momentos, a figura do DNA é posicionada de tal forma que parece também o símbolo de INFINITO: .


A presença desse símbolo reforça todos os temas que já citamos antes, mas é também interessante pelo fato de que sempre aparece depois que os membros cantam o verso: "Estaremos juntos para sempre". Assim, se confirma a proposta de que esse amor sobre o qual eles cantam, tendo sido cuidadosamente planejado pelo destino e pela unidade entre micro e macro, será eterno.



Dessa maneira, concluímos essa análise apenas reafirmando a nossa admiração pela criatividade e diversidade artística do BTS e de sua equipe! "DNA", em cada um dos seus infinitos detalhes, foi o MV perfeito para a faixa-título de Love Yourself: Her, expressando o desenvolvimento de um amor que se baseia nas mesmas características que se aplicam ao DNA: destinado, essencial, imutável e eterno!

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