Para começarmos, confira aqui a nossa tradução completa da letra de "Epiphany"!
Talvez você esteja acostumado a se referir a ele, mas não saiba o que significa o título de "Epiphany". Afinal, o que é uma epifania?
Sendo uma palavra originária do grego, epipháneia, e partindo de uma perspectiva mais filosófica, a epifania é um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento da essência de algo. É um despertar a uma compreensão profunda de algo.
Partindo desse conceito inicial, vejamos o que a letra de “Epiphany” tem a nos dizer:
O primeiro verso da música já nos deixa frente a frente com o primeiro passo desse momento de epifania. “É tão estranho”. O estranhamento é, essencialmente, um espanto, uma admiração diante de algo que não se conhecia ou que não se esperava.
Assim, o eu lírico está, pela primeira vez, tomando consciência da sua situação e do que vinha fazendo, que é o descreve nos versos seguintes. Esse amor tão intenso e completa adaptação que ele expressa podem ser lidos sob uma diversidade de contextos e seres aos quais poderiam se direcionar. Por exemplo, poderíamos ler esses versos como:
⚫️ Um indivíduo que se vê tão perdidamente apaixonado por um outro que se oculta e se coloca em segundo plano, acreditando que, dessa forma, esse “amor” poderia se prosperar;
⚫️ Um filho ou uma filha que se vê tão devoto à figura dos seus pais que se cala e esconde seu jeito de ser, sua forma de pensar, tendo como objetivo manter um falso bem-estar nessas relações;
⚫️ Um artista que, buscando crescer na sua carreira e lidar com o público, por vezes, se perde em como conseguir equilibrar a sua vida pessoal e a sua imagem, optando por se mascarar ao invés de demonstrar com sinceridade quem é;
⚫️ Ou ainda um indivíduo diante da própria sociedade, diante da reputação, status ou imagem sobre os quais se constrói frente ao coletivo e ao que é considerado bom, correto e agradável.
Em resumo, podemos observar a letra de “Epiphany” sob diversas óticas e é possível que mais de uma delas faça sentido na vida de cada um de nós.
Esses versos relembram a nós o desenlace ou as consequências infelizes que advém dessas cegas mudanças em favor de algo ou alguém. A verdade é que o BTS discutiu isso detalhadamente em toda a era Love Yourself.
Em faixas como “Outro: Her”, do álbum Love Yourself: Her 承, a nossa rap line cantou palavras que expressavam o raciocínio inicial por trás da atitude de ceder a essas alterações:
“Como sempre, eu coloco a máscara
Me cumprimentando com animação
Eu sou a sua estrela
Eu brilho como se nada estivesse errado
Mas, no momento em que eu deveria brilhar mais,
Eu tiro minha máscara
Eu sou apenas uma estrela perdida
Estou me deitando sobre os meus fardos”
Mais tarde, em faixas como "Outro: Tear", do álbum Love Yourself: Tear 轉, vimos o BTS revelar a consequência de não permanecermos fiéis a nós mesmos, tendo como resultado o não ser capaz de amar genuinamente a si mesmo ou a outras pessoas - o que é, infelizmente, uma tragédia criada por você mesmo.
“Este é o verdadeiro você
E este é o meu verdadeiro eu
Agora nós vimos o fim e nem mesmo ressentimento restou”
Agora, ao final dessa jornada que se tornou insustentável como a “tempestade dentro do coração” que ele descreve, regressa-se ao ponto de origem, que é um local de incerteza. Vimos esse mesmo movimento na semana passada quando analisamos "Fake Love", por exemplo, de modo que a música partia do amor que "já começou errado" e, ao fim, não havia outra saída a não ser retornar ao mesmo ponto e recomeçar. Assim, desmascarado, o eu lírico enfrenta, enfim, o desafio de se avaliar de forma verdadeira, revelando completamente quem foi, quem é e quem gostaria de ser, além do que fez, o que faz e o que gostaria de fazer.
O eu lírico afirma ainda que toda essa revelação, toda essa epifania estava embaixo de uma máscara sorridente, o que nos parece ser um adjetivo bastante intencional. Existem incontáveis tipos, cores e formatos de máscaras, mas as que contém um sorriso sempre parecem mais atrativas. Há um senso comum que nos diz que a felicidade - expressa ou atuada em um sorriso, por vezes - é algo que devemos perseguir ou alcançar e que, quando a alcançamos, ela deveria ser perene, nunca cessaria. Contudo, observar a vida e nós mesmos acreditando que são compostos apenas por aquilo que é "bom e iluminado" é uma atitude muito precipitada.
Imagine a seguinte situação: Há um gigantesco relógio de pêndulo que simboliza a sua existência, bem como a existência de todas as coisas. Imagine que um lado para o qual esse pêndulo se balança representa momentos e características de clareza, felicidade e afins, enquanto o lado oposto para o qual o pêndulo se balança representa momentos e características de escuridão, tristeza, sofrimento e dificuldades.
Suponhamos que você esteja absolutamente agarrado a esse pêndulo. Você tenta fazer peso, chacoalhá-lo e segurá-lo o máximo possível no lado que corresponde ao que é tido como bom. Porém, embora seja inevitável que o pêndulo, eventualmente, retorne também ao outro extremo, a boa notícia é que ele também retornará ao ponto anterior. Sabe por que, caro leitor? Porque o tempo passa. Se nos permitimos soltar o pêndulo que nos mascara e nos leva ao apego apenas a certos contextos e aspectos, podemos ter uma epifania sobre a beleza e abundância da própria vida, o que nos inclui. Ninguém é alegre o tempo todo, assim como ninguém é triste o tempo todo. Ninguém é inteiramente ou inerentemente bom, assim como ninguém é inteiramente ou inerentemente mal. Por isso, o passo pelo qual essa epifania nos conduz é o de baixarmos essas máscaras sorridentes e revelarmos um estado de ser que abrace toda a amplitude do próprio ser - inclusive o nosso.
O refrão de “Epiphany”, então, explode com a frase que resume não apenas a mensagem dessa canção, mas de toda a era que o BTS construiu. Amar a si próprio não é ser egoísta, não é um tópico fútil de um livro de autoajuda, não é se eximir da importância que reside no amor a outras pessoas e ao próprio mundo. Mas é perceber que, assim como todas as outras pessoas, eu também sou um indivíduo único. Eu também sou apenas um ser humano e nada mais justo e fundamental do que eu também me tornar objeto do meu próprio amor, cuidado, respeito, valorização e responsabilidade.
“O meu eu que brilha” nos revela essa condição do eu lírico que não mais se oculta, se torna opaco, se priva, se sacrifica, mas que agora está reconhecendo toda a sua potencialidade e está permitindo confiantemente que isso brilhe.
Já ao cantar as palavras “A minha preciosa alma”, Jin nos traz à memória que esse senso de valor pessoal é algo que nós encontramos internamente. Como debatemos ontem em relação à felicidade, também em relação ao amor, muitas vezes, nós o experimentamos ou o buscamos exclusivamente em algo ou alguém externo a nós, assim como buscamos uma validação pessoal em palavras ou ações de outras pessoas.
Porém, ao percebermos o infinito que nos compõe - externamente, mas sobretudo internamente - somos despertados subitamente em uma epifania - o que Jin descreve com precisão em “Eu percebi apenas agora”. Esse verso chega a trazer um tom de ironia, pois retrata aqueles momentos nos quais “a nossa ficha cai”. Momentos em que paramos e dizemos: Nossa, é verdade.
Nos versos seguintes, o infinito léxico da Língua Portuguesa nos deixa com muitas opções em mãos ao falarmos sobre beleza. Adjetivos como bonito, lindo… E assim em diante. Contudo, “beautiful” em inglês ou “아름다운” em coreano nos direcionam melhor ao caminho que devemos seguir. Tanto “beautiful” como “아름다운” trazem nos radicais de suas palavras a essência desse adjetivo: a beleza (“beauty” em inglês e “아름” em coreano). Por isso, optamos por traduzir essa palavra na letra de “Epiphany” como “belo” em vez de qualquer outro termo. Pois, ao sermos levados diretamente à palavra “beleza”, é necessário enfrentá-la e desconstruí-la, de certa maneira.
Partimos de uma compreensão que, felizmente, temos hoje de que a beleza possui diferentes dimensões - como externa e interna - e que a beleza é relativa. Porém, como isso se dá? E de onde vem as bases desses conceitos?
Em termos externos, a “beleza”, desde os primórdios dessa ideia, se relaciona diretamente à “estética”. Com o passar do tempo e as transformações experimentadas pela humanidade, esses dois conceitos se tornaram cada vez mais voltados a pessoas e, atualmente, de forma até mesmo opressora - ao pensarmos em padronizações que regem o que conhecemos como sociedade moderna.
Contudo, ao nos voltarmos para a História e, principalmente, para a História da Filosofia, podemos descobrir que tanto a beleza quanto a estética não surgiram sob tal propósito ou sentido. Pelo contrário, beleza e estética se relacionavam, sobretudo, à arte. Vamos fazer um parênteses para conversarmos um pouco sobre isso?
A nível de curiosidade, a estética é um dos principais campos de investigação e interpretação ao longo da história do pensamento filosófico. Ela tem as suas raízes, é claro, na Grécia Antiga, principalmente através do pensamento de Platão e de Aristóteles, mas ganhou novas e desafiadoras abordagens na modernidade, sobretudo na filosofia de Kant e Nietzsche. Assim, a estética é a área da filosofia que investiga, essencialmente e desde o seu início, a arte e o conceito do que é o “belo”.
A palavra “estética” vem do grego aisthesis, que significa - dentre outras coisas - “a capacidade de sentir” ou “a compreensão pelos sentidos”. Assim, as questões mais centrais da estética e da beleza se centram na experiência sensorial, na percepção, de forma que essas, na arte, nos afetam de diferentes maneiras em diferentes momentos.
Portanto, é possível definir estética ou ela escapa a toda e qualquer definição última? Quais os seus limites? Já em relação ao “belo”, a beleza pode ser definida? Ela se encontra no objeto observado ou no sujeito que a contempla? Como interpretar os padrões de beleza que surgem em dados contextos culturais?
Levando em consideração os conceitos e questões acima, que tal darmos alguns passos atrás e observarmos como a noção de beleza se modificou ao longo da História? Queremos te mostrar alguns exemplos rápidos que podem mudar a sua percepção.
Primeiramente, é claro que temos que voltar a ela: a Grécia Antiga. E, para falarmos sobre estética e beleza na Grécia Antiga, precisamos nos recordar do tipo de arte que, em geral, era realizada naquele contexto histórico. Se tratava da arte naturalista, em que a imitação da realidade constituía grande parte do trabalho dos artistas gregos.
Por isso, Platão acreditava que a arte deveria ser entendida justamente como mimesis, ou seja, como uma “imitação” da realidade. No entanto, para entendermos a estética platônica, precisamos ter em mente a sua famosa “Teoria das Ideias” - que aprendemos ainda no Ensino Médio e que afirma que há dois mundos: o mundo inteligível - onde se encontra a realidade, a verdade, a essência de tudo o que existe - e o mundo sensível - onde observamos e podemos perceber pelos nossos sentidos as cópias ou imitações dos modelos inteligíveis. Assim, tendo em vista que a arte, a estética e a beleza se relacionam exatamente à compreensão pelos sentidos, Platão acreditava que elas poderiam ser enganosas.
Já Aristóteles, como sempre, oposto a Platão, defendia que a arte, a estética, a beleza têm um efeito catártico, ou seja, de catarse, de purificação e despertamento, que “mexe” conosco. Desse modo, Aristóteles, assim como Platão, reconhece que a arte é mimesis (imitação). Porém, ele defendia que, enquanto imitação, a arte e a estética poderiam ter um papel positivo, diferentemente de Platão, que apenas reforça o lado negativo.
Dando um passo adentro da Modernidade, nos encontramos cara a cara com o grande Immanuel Kant. Para Kant, a primeira característica da estética, ou melhor, do juízo estético é que nele reside o sentimento de complacência, do alemão Wohlgefallen, que significa "bem-estar".
Diante disso, Kant foi o primeiro grande pensador da História a discutir o famigerado “juízo de gosto”, o que hoje comumente descrevemos como: Gosto cada um tem o seu. O juízo estético, para o filósofo, se trata do que ele chamava de “juízos reflexionantes”, que se relacionam ao subjetivo, à percepção de cada pessoa individualmente. Desse modo, a apreciação estética, os nossos gostos ou o que uma pessoa acha belo ou não, não precisa ser justificada racionalmente. Porém e para além disso, junto ao que ele nomeou como “autonomia da arte”, Kant afirmava categoricamente que a arte ou a estética não devem ser julgadas pelo seu valor de uso, pela sua utilidade e nem mesmo pelo fato de nós a considerarmos bela ou não, pois todo objeto de arte possui valor por si só.
Outro ponto de virada na História da Filosofia, já na Filosofia Contemporânea, só poderia vir com ele: Friedrich Nietzsche. Para o autor, a realidade, o próprio ser humano e tudo mais que existe são formados por dois princípios que são complementares: o Apolíneo e o Dionisíaco. O primeiro faz referência ao deus Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem) e o segundo faz referência a Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia, da desordem). Assim, para o filósofo, o mundo é consequência da interação entre esses dois princípios, gerando uma mistura, um caos, uma complexidade necessária. Separações como o que é ideal e o que é real, o que é superior ou inferior, sensível ou inteligível não ampliam nosso conhecimento em relação à beleza, à arte ou à estética, mas o limitam.
Veja tudo o que apresentamos em resumo aqui nessas poucas linhas. Você consegue perceber como as noções em torno da beleza se modificaram junto ao caminhar da humanidade?
Consequentemente, ao chegarmos em pontos-chave da História como as Revoluções Industriais, o desenfreado capitalismo, a aceleração do mundo e das suas tecnologias, o advento das redes sociais, a beleza caminhou junto a eles e, em grande parte, se perdeu das suas origens. Assim como os produtos foram padronizados, veio à tona a padronização do homem, da beleza e de tudo quanto nos cerca - o que é exaustivo.
É por isso que dois versos tão simples e curtos de “Epiphany” são capazes de nos levar mentalmente em uma viagem pela História até chegarmos onde estamos hoje e questionarmos: O que é que aconteceu?
“Embora eu não seja perfeito, eu sou tão belo”. Belo no sentido de que eu me percebo na diversidade de todas as minhas dimensões, sejam internas ou externas. Belo no sentido de que reconheço essas transformações experimentadas no coletivo da humanidade e compreendo que o “belo” - externamente falando - já nem sequer se trata mais do que um dia foi e que é visto sob condições diversas que variam em locais, momentos históricos e gostos pessoais. E, mais importante que todo o restante, belo porque eu simplesmente sou eu.
Nunca, na história do mundo, houve alguém que tivesse o seu DNA ou a sua impressão digital e jamais, até o fim da humanidade, haverá novamente. Cada um de nós, como uma obra de arte, é único e é isso que nos torna belos.
Uma tempestade, na literatura, em sonhos ou em outras dimensões e espaços, se apresenta em uma variedade de simbolismos e significados. Ela pode nos remeter a dificuldades, problemas, solidão, imponência ou fraqueza e até mesmo profunda tristeza. Por isso, o uso da “tempestade” como metáfora para onde nós, muitas vezes, escondemos a nossa essência é brilhante. São situações, momentos, contextos que nos fragilizam e, consequentemente, é claro que tentamos resolvê-los ou nos livrar deles a qualquer custo.
Por exemplo, imagine que você está em uma área de campo aberto e você tem uma linda flor, da qual você está cuidando. De repente, chega uma grande tempestade logo acima de você, com trovões, relâmpagos, rajadas de vento e chuva intensa. Você continuaria ali, ao lado daquela flor? Não sei você, mas eu provavelmente não. Talvez nós tentaríamos cobri-la com algo, mas, certamente, todos nós correríamos, porque estaríamos fragilizados e em situação de “perigo”. Pois bem, o mesmo se dá nessa metáfora.
Contudo, em algum ponto, isso se torna insustentável e é necessário trazer à memória que deixamos a pequena flor para trás. É necessário retornar à tempestade e buscar o que lá foi esquecido ou escondido - ou ambos. Tomar essa atitude - que, em suma, é uma atitude de amor em relação a quem você é - provavelmente trará abalos, provavelmente trará medo. Mas é necessário seguir em frente e não se esquecer do seu objetivo: você mesmo.
Por meio dessa atitude ousada, conseguimos finalmente nos enxergar sob outra ótica. As inseguranças que antes nos continham se aquietam a medida em que questionamos: Nossa, por que? Por que eu me ocultei? O que desperta ou despertou tamanho medo em mim a ponto que eu tomasse decisões - conscientes ou inconscientes - que não me fizessem bem?
Essas perguntas certamente terão diferentes respostas conforme enfrentamos diferentes situações. Porém, o simples ato de fazer essas perguntas é um grande passo.
Mais uma vez, vemos tanto o interno como o externo sendo expressos: braços, pernas, coração e alma. A mensagem aqui presente não é "ame o rosto que você vê no espelho". É "se ame na integridade do que você é".
⚫️ "Braços e pernas" = Ame o seu corpo por inteiro;
⚫️ "Coração" = Ame aquilo você sente - os seus medos e fraquezas ou as suas potencialidades e forças, as suas tristezas e raivas ou as suas alegrias e satisfações;
⚫️ "Alma" = Ame a sua essência, o que existe de mais íntimo em você.
Além disso, as palavras "Com os quais vivi até hoje" trazem a essa reta final de "Epiphany" um certo tom de gratidão. Cheguei até aqui graças ao todo que sou. Por isso, ao mesmo tempo em que o eu lírico se aceita, é também despertada nele a gratidão.
Dessa maneira, “Epiphany” contém uma letra que, na sua beleza, nos atinge de diferentes formas em diferentes situações. Contudo, voltarmos os olhos em reflexão a nós mesmos é provavelmente a forma mais dura de lermos essa mensagem. A mensagem de que o amor próprio, por mais complexo e processual que seja, é o passo fundamental e a resposta.
Como já dissemos e agora reafirmamos, o amor próprio é a epifania do BTS, de Love Yourself e de toda pessoa que se dispuser a ouvir o que o grupo tem a dizer na imensidão dessa era e “Epiphany” é a expressão mais marcante dessa intenção.
Quando ouvi essa música pela primeira vez eu estáva em uma depressão profunda não tinha fé em mais nada fiquei tão encantada com a melodia q fui pesquisar mais sobre a música a letra e quem cantava foi através dessa música q eu comecei a mim liberta de tudo q estava mim matando aos poucos dentro d mim hoje ela é um marco em minha vida assim como todos os membros do bts