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BTS +: A história das colaborações do BTS [Weverse Magazine - 27/10/2021]

*Tradução livre a partir de artigo original publicado em 27 de outubro de 2021. Caso deseje visualizá-lo, acesse: https://magazine.weverse.io/article/view?lang=en&num=259





BTS+

A história das colaborações do BTS


A colaboração é atualmente um dos aspectos mais importantes da música popular na Anglosfera (*Nota: "Anglosfera" se refere ao grupo de nações de língua inglesa que compartilham laços culturais e históricos comuns com a Inglaterra). Títulos de músicas formatados para incluir “feat. _____ ”ou“ _____ X _____ ” são uma imagem comum nos charts. Isso é em grande parte um efeito da elevação do hip hop ao mainstream da música pop atual. Há uma longa história de músicos participando de canções de outros artistas ao focarem estritamente no pop americano, talvez por ter este as suas raízes no jazz, ele próprio baseado no conceito de jamming (improvisação de grupo). Porém, os músicos que participavam nessas circunstâncias raramente eram creditados, mesmo em estilos pop como a Motown, com seu sistema de produção colaborativa. Era comum os compositores participarem performando no refrão, mas eles só seriam creditados por sua composição. O hip hop tinha muitos motivos para divulgar as colaborações, como vários rappers se revezando para fazerem seus próprios versos curtos em uma música ou para chamar a atenção para o trabalho de um DJ famoso em uma batida ou scratch, e esse foi um processo amplamente aceito. Esses créditos explícitos são essencialmente a tradução da indústria da cultura de respeito do hip hop.


Todas as colaborações acontecem por design (um projeto). Mesmo que surjam de um encontro casual, uma vez que estejam sob os olhos do público, não há nada a fazer a partir daquele momento a não ser testemunhar um novo efeito ou sinergia entre artistas que nunca poderia ter existido em uma apresentação solo. Olhando para a indústria da música pop do final do século 20 até hoje, podemos ver várias versões disso.


Primeiro, o caso mais típico é quando um novo cantor usa a oportunidade como uma porta de entrada para a fama. Um excelente exemplo é Megan Thee Stallion, uma das cantoras mais promissoras do último ano. Ela deixou uma forte impressão com a sua aparição em "WAP", de Cardi B. Há também casos em que cantores estabelecidos ficam felizes em atuar como uma plataforma para um artista que apoiam, a fim de que mais pessoas sejam expostas à sua música: Quando Beyoncé apareceu em um remix de "Savage", ela deu um forte impulso para a escalada de Megan para a fama.


Pode-se dizer que Steve Aoki e Halsey desempenharam o mesmo papel para o BTS. O BTS já estava ativo há quase quatro anos quando apareceu no Billboard Music Awards (BBMAs) 2017, mas o mercado dos Estados Unidos agia como se o grupo fosse um novo artista que eles estavam vendo pela primeira vez. Os anos 2010 também foram um período para DJs famosos de EDM fazerem seu nome no mundo da música pop por meio de colaborações com cantores pop. Aoki é um dos DJs mais famosos do mundo e um asiático-americano conhecido. Halsey, por sua vez, se tornou um nome amplamente conhecido após participar de músicas dos produtores de EDM The Chainsmokers e, com uma mentalidade geracional compartilhada, deu seu total apoio ao BTS, a sensação pop, entendendo como eles começaram na internet.


Colaborar com outro artista também é uma boa maneira de inserir um senso de autenticidade musical. Hoje em dia, as canções pop com batidas de hip hop, em particular, costumam recorrer aos rappers para enfatizar a autenticidade da música. Camila Cabello, por exemplo, recebeu ajuda do nativo do sul de Atlanta, Young Thug, em sua canção “Havana”, uma canção pop sulista de hip hop com influências pop latinas.


Podemos encontrar um exemplo disso se olharmos para as primeiras colaborações do BTS. Certa vez, eles se encontraram com Warren G em Los Angeles para aulas de hip hop, uma ocasião que levou Warren a aparecer no single "P.D.D." do RM. Foi nessa época que RM voou para LA para passar algum tempo conversando com ele sobre hip hop, proporcionando ao rapper coreano uma importante oportunidade de pensar e entender o hip hop além da variedade coreana.


Finalmente, cantores famosos colaboram entre si também para despertar o interesse. Eles podem aparecer como uma dupla, como quando Britney Spears e Madonna se uniram para "Me Against the Music", ou em grupos que parecem os Vingadores do mundo pop, como Jessie J, Ariana Grande e Nicki Minaj fizeram com "Bang Bang ".


A colaboração mais recente do BTS, "My Universe", foi feita por meio de um tipo de entendimento entre o grupo e o Coldplay. A própria colaboração estava sendo considerada muito antes, mas o nome do Coldplay surgiu quando um DJ alemão fez comentários racistas sobre o BTS no início de 2021, enquanto os preparativos já estavam sendo feitos. Tanto o BTS quanto o Coldplay se opuseram claramente à ideia de racismo. Consequentemente, essa consciência social encontrou seu caminho para o produto final quando foi finalmente lançado, tornando a colaboração muito mais do que apenas a música em si.


Com tudo isso em mente, vamos dar uma olhada no catálogo de colaborações internacionais do BTS:






“Danger (Mo-Blue-Mix)” - com THANH


O cantor e compositor vietnamita Thanh Bùi, um dos compositores de “Danger”, trabalhou no arranjo e forneceu os vocais para este remix. O Vietnã é um país “jovem” onde mais da metade da população tem menos de 30 anos, então muitas pessoas são engajadas com a cultura jovem, inclusive com o K-pop. Foi um bom ponto de partida para colaborações no exterior para os ídolos em ascensão.




“P.D.D” (RM) - com Warren G


O BTS conheceu Warren G, um contribuidor crucial para o G-funk na cena hip hop da Costa Oeste, em uma escola de hip hop de Los Angeles enquanto filmavam American Hustle Life da Mnet, exibido em 2014. RM voltou a LA no ano seguinte para gravar "P.D.D" com Warren. Warren elogiou RM várias vezes enquanto eles estavam gravando no estúdio e em entrevistas e também o encorajou. Esse apoio foi presumivelmente muito encorajador em um momento em que a identidade do grupo como ídolos do hip hop estava sob discussão frequente. “P.D.D” também ajudou a impulsionar as expectativas para a mixtape autointitulada do RM antes de seu lançamento.




“Fantastic” (RM) - com Mandy Ventrice


Em 2015, RM seguiu “P.D.D” com “Fantastic”, feito em conjunto com a produção do filme Quarteto Fantástico. Devido ao seu grande alcance, é comum para filmes de super-heróis de Hollywood envolverem essas colaborações de rap. Eminem e outros artistas lançaram uma música chamada “Venom” para o filme de mesmo nome, por exemplo. Mandy Ventrice forneceu os vocais para “Fantastic” como a primeira artista feminina internacional a colaborar com o BTS.




“Change” (RM) - com Wale


O relacionamento do RM com Wale nasceu no Twitter. Um fã postou uma gravação do RM feita durante seus dias de trainee com uma das faixas de Wale, à qual Wale respondeu com "Collab???!" em um tweet. Depois de algumas trocas e preparação, os dois se encontraram na Coreia no mês seguinte de março e gravaram o videoclipe de “Change”. A faixa foi lançada gratuitamente como uma mixtape. Os dois artistas usaram a música para lançar um olhar crítico sobre a sociedade.




“MIC Drop (Steve Aoki Remix) - com Steve Aoki, Desiigner


Dois meses após o lançamento do álbum LOVE YOURSELF 承 Her, “MIC Drop (Steve Aoki Remix),” com participação do DJ Steve Aoki e do rapper Desiigner, foi lançado como um single digital. Passou-se cerca de um ano desde que o BTS pisou em solo americano como um vencedor no BBMAs de 2017. O remix trouxe a maior parte da letra modificada para o inglês, mostrando que o grupo estava reconhecendo a sua popularidade entre a sua base de fãs entusiasmada nos Estados Unidos. Este também é essencialmente o primeiro single que eles lançaram levando em consideração o mercado dos Estados Unidos. O ARMY com sede nos Estados Unidos respondeu com entusiasmo ao que era praticamente um presente com um remix e o resultado foi a primeira vez na história do BTS em que eles entraram no top 40 da Billboard Hot 100, chegando ao número 28.


A composição única abre com um minuto completo de versos de Desiigner e faz com que pessoas que não estão familiarizadas com este grupo estrangeiro chamado BTS ouçam a sua música. O remix de Aoki deu à música um toque mais moderno de electro trap e o BTS a usou para várias performances impressionantes nas cerimônias de premiação de fim de ano coreanas e em transmissões de TV nos Estados Unidos. O MAMA 2017 em Hong Kong é um excelente exemplo.


Aoki foi quem convidou o BTS na primeira vez em que eles se encontraram. Ele é famoso por sua música, mas também por seu showmanship (combinação de habilidade, estilo e carisma) que agradava o público quando era DJ e sua habilidade como produtor de acompanhar as tendências populares. Aoki também é um burro de carga (indivíduo que está sujeito a um trabalho extremamente pesado ou prolongado) e uma celebridade asiática, uma raridade na indústria musical americana. Pode ter sido apenas uma questão de tempo até que ele demonstrasse interesse e buscasse uma colaboração com o BTS, que continuava a fazer sucesso globalmente. O primeiro single histórico do BTS nos Estados Unidos também foi feito em colaboração com minorias que trabalham no mercado americano. Desde então, BTS e Aoki mantiveram uma amizade próxima e lançaram mais duas músicas juntos. Para comemorar um bilhão de streams de seu remix de “MIC Drop”, Aoki também lançou seu vídeo de “BTS MIC Drop Celebration Megamix” em julho.




“Champion (Remix)” (RM) - com Fall Out Boy


Nesse caso, o remix surgiu quando Fall Out Boy pediu para que essa música tivesse um rap. Em um V LIVE, RM revelou que imaginou que Fall Out Boy tivesse contatado Wale depois de ouvir a colaboração dele com Wale, “Change”, lançada no mesmo ano. 2017 foi um ano em que o grupo aumentou a conscientização por meio de colaborações contínuas como esta. Consequentemente, as propostas começaram a rolar uma atrás da outra.




“IDOL” - com Nicki Minaj


“IDOL” foi o auge da série LOVE YOURSELF e recebeu uma versão adicional com Nicki Minaj em um single digital. A própria Minaj é uma conhecida influenciadora nesses "jogos" de colaborações. Famosa por seu trabalho visual colorido, ela foi uma combinação perfeita para o videoclipe colorido de “IDOL”. (O cabelo meio loiro e meio rosa do V remete ao estilo de Nicki Minaj no seu videoclipe de "Super Bass".) O texto em coreano passando atrás dela e mostrando a letra em inglês que ela faz para o rap supostamente também foi ideia de Minaj.




“The Truth Untold” - com Steve Aoki


Depois de uma colaboração fantástica com o BTS em seu remix de "MIC Drop", no ano seguinte, Aoki mais uma vez apareceu em um dos lançamentos do grupo, desta vez em "The Truth Untold" do álbum seguinte, LOVE YOURSELF 轉 Tear. Quando a lista de faixas foi revelada e as pessoas viram o nome de Aoki, muitos esperavam que a música fosse uma faixa de dança EDM, mas "The Truth Untold" era uma das raras canções de balada completa do BTS, alegremente desafiando as expectativas. Mas é típico do músico pop Aoki causar esse tipo de surpresa. Pessoas de diferentes países estavam cantando a música enquanto ela entrava no setlist do BTS para as turnês LOVE YOURSELF e SPEAK YOURSELF.




“Seoul” (RM) - com HONNE


O relacionamento do RM com a dupla britânica HONNE começou em 2016, quando ele mencionou sua música "Warm on a Cold Night" no Twitter e eles mostraram interesse em troca. Naquele ano, o BTS estava emergindo lentamente na internet como uma estrela em ascensão de classe mundial, mas ainda não havia atraído a atenção da mídia nos mercados de língua inglesa. Com a quantidade particular de amor que HONNE estava recebendo na Coreia, não é de se admirar que a dupla também estivesse interessada nos cantores coreanos do BTS. HONNE produziu a música "Seoul" da segunda mixtape / playlist do RM, "mono.", lançando a versão final em 2018 após um longo período de colaboração. O momento também foi bom para apoiar o BTS, que estava apenas começando a reivindicar sua posição na Anglosfera.




“Waste It on Me” - com Steve Aoki


Aoki fez mais colaborações com o BTS do que qualquer outro artista internacional. “Waste It on Me”, a terceira colaboração entre eles, foi lançado como um single digital em outubro de 2018 e, mais tarde, incluído no álbum "Neon Future III" de Aoki. O videoclipe, estrelado pelo comediante e ator Ken Jeong, foi dirigido pelo músico e artista visual coreano-americano Joe Hahn, e também apresenta as aparições do próprio Aoki, sua irmã mais nova e modelo / atriz Devon Aoki, Jimmy O. Yang e a atriz coreana-americana Jamie Chung. É como uma reunião de celebridades asiáticas da indústria de entretenimento dos Estados Unidos. 2018 - o mesmo ano em que o filme Crazy Rich Asians teve um sucesso monumental - parece ter sido um ano decisivo para a representação asiática na cultura pop americana. A ascensão do BTS estava em linha com a tendência - ou talvez fosse uma das forças motrizes importantes.




“Crying Over You” (RM) - com HONNE, BEKA


RM retribuiu o favor pela ajuda que recebeu em sua mixtape ao contribuir para um remix de “Crying Over You”, de HONNE. De acordo com uma entrevista, o trabalho na música ocorreu quase ao mesmo tempo que em “Seoul”. O rap do RM chega mais ao fim da música, definindo o ritmo para o refrão final depois dele.




“Boy with Luv” - com Halsey


A primeira vez que o BTS conheceu a Halsey foi em 2017, quando eles visitaram os Estados Unidos para receber o BBMA de Melhor Artista Social. Havia mais do que algumas celebridades interessadas no BTS, que já era uma sensação em todas as redes sociais. Mas, mesmo entre eles, Halsey era muito familiarizada com a cultura da internet e estava particularmente ciente do status e da influência que o BTS exercia na web. Foi um encontro extraordinariamente especial entre artistas, já que os dois se consideravam fãs um do outro. A amizade deles levou a uma colaboração em “Boy with Luv”, o single principal de MAP OF THE SOUL: PERSONA. Halsey se encaixa perfeitamente, aparecendo junto com os membros do BTS no videoclipe de abril de 2019 e mostrando a coreografia que ela aprendeu com eles. Eles também se apresentaram no palco juntos no BBMAs de 2019.


No que era uma façanha rara para as canções em língua coreana da época, “Boy with Luv” se saiu bem nas rádios dos Estados Unidos. Halsey desempenhou um grande papel, dado todo o amor que ela recebeu na rádio antes com "Closer", a música do Chainsmokers em que ela participou em 2016, bem como sua música solo "Without Me" em 2018. O inócuo projeto disco-pop conjunto entre a boy band internacionalmente aclamada e a cantora popular e "amiga" das rádios foi apenas o suficiente para despertar a curiosidade dos consumidores sobre a mídia legada, um caminho não facilmente percorrido por canções em língua estrangeira. Para tanto, a colaboração permitiu ao BTS romper outra barreira. Halsey também se beneficiou, expandindo sua base de fãs para além dos Estados Unidos e na comunidade internacional graças ao seu trabalho com o grupo. Enquanto isso acontecia, Halsey frequentemente mostrava sua afeição pelo BTS e seu fandom, o ARMY, falando sobre eles em várias entrevistas. Mais notavelmente, ela foi rápida em apontar e corrigir mal-entendidos diretamente aos entrevistadores que aludiram negativamente ou expressaram opiniões discriminatórias sobre o BTS por ser uma boy band asiática. Halsey é famosa por suas visões políticas abertamente progressistas (como quando ela apoiou publicamente Bernie Sanders em uma série de entrevistas durante a mais recente eleição presidencial dos Estados Unidos). Seu salto rápido em defesa dos asiáticos contra aqueles que os desrespeitam causou uma impressão especialmente profunda nos fãs do BTS e é por isso que muitos fãs ainda se referem a ela como “nossa garota”.




“Dream Glow” - com Charli XCX, “A Brand New Day” - com Zara Larsson e “All Night” - com Juice WRLD


O jogo BTS WORLD, lançado pela Netmarble, atraiu muita atenção pelo uso do extenso catálogo anterior do BTS e pela impressionante lista de artistas apresentados em sua trilha sonora. Um total de quatro músicas foram lançadas, uma a cada semana, ao longo de um mês, três delas em colaboração com cantores famosos do exterior: a nativa de Londres Charli XCX, a sueca Zara Larsson e o falecido rapper americano Juice WRLD - todos esses jovens artistas bem conhecidos. Todos os três cantores tiveram uma performance fantástica para suas respectivas faixas e ajudaram a garantir que a trilha sonora do jogo tivesse toda a qualidade de um álbum de estúdio.




“Old Town Road (Seoul Town Road Remix)” - com Lil Nas X


“Old Town Road” lançou o rapper indie Lil Nas X para onde está hoje e fez dele o homem do momento em 2019. Embora a canção tenha inicialmente subido na parada Hot Country Songs da Billboard, sua corajosa tentativa de misturar country - considerado como o gênero musical mais essencialmente americano e branco - com o som descolado e rebelde da música trap acabou levando à sua desqualificação da classificação. Os vários remixes das canções com diferentes artistas apenas aumentaram a sua popularidade. RM fez parte do quarto e último remix oficial, “Old Town Road (Seoul Town Road Remix)”. O Grammy nunca pareceu dar ao grupo asiático BTS a hora do dia (um momento de destaque), então foi um momento histórico quando eles fizeram sua primeira apresentação na cerimônia de premiação com Lil Nas X graças a esta colaboração.




“Chicken Noodle Soup” (j-hope) - com Becky G


j-hope lançou “Chicken Noodle Soup”, uma música que é um cover, como parte de sua mixtape solo. A versão original de Webstar e Young B, lançada em 2006, era muito popular por seus movimentos de dança rápidos e divertidos em que eles batem os braços como asas de frango e pulam como se estivessem em um jogo de Double Dutch. Assim como agora, a maioria das danças de hip hop populares do período foram feitas pela comunidade negra, por isso era importante que esta nova interpretação não apenas mostrasse as raízes do j-hope, mas também mostrasse respeito pelas raízes pertencentes à música e dança originais. j-hope adicionou com sucesso outra camada de diversidade à música ao apresentar sua versão junto com a musicista latina Becky G. A música é uma colaboração de três idiomas, onde o rap coreano do j-hope (um nativo de Gwangju que começou como um dançarino de rua), o rap espanhol de Becky (uma artista mexicana-americana de terceira geração que tem tido uma carreira notável) e os versos em inglês se cruzam. Esta música transmite naturalmente o esforço necessário para mostrar orgulho e amor pelo valor do lar e da família, valores destacados no hip hop. Muitas pessoas ficaram profundamente impressionadas com a tentativa da música de chegar aos Estados Unidos, o berço do hip hop, de fora dele.




“Make It Right” - com Lauv


Escrita por Ed Sheeran, “Make It Right” foi incluída pela primeira vez em um dos álbuns do BTS e posteriormente relançada como um remix com Lauv. O relacionamento do grupo com Lauv começou quando ele os visitou nos bastidores do seu show em Wembley, que acabou dando lugar a uma colaboração total. Lauv era um artista em ascensão, com o apoio total do Spotify por sua música chill. O efeito se estendeu a mídias de longa data como a rádio também, levando a versão de "Make It Right" com Lauv a performar relativamente bem nas rádios em comparação com outras canções do BTS até aquele ponto.




“SUGA's Interlude” (SUGA) - com Halsey


Em um espírito de assistência mútua, o BTS apareceu na música da Halsey depois que ela fez o mesmo em "Boy with Luv". “SUGA’s Interlude”, incluído no álbum Manic, marcou a primeira vez que SUGA apareceu de forma solo como convidado em uma canção de um artista internacional e é notável por sua inclusão de rap coreano no álbum de um artista de língua inglesa. SUGA diz que, quando o pedido de colaboração veio da Halsey, ele se perguntou por que ela escolheu alguém que não escreve letras em inglês. Halsey explicou que ficou profundamente impressionada com a mixtape dele sob o seu alter ego, Agust D, e que também estava buscando que sua música tivesse o mesmo tipo de letra confessional e introspectiva. Isso foi o suficiente para convencer SUGA a embarcar na proposta. Atitudes estavam se abrindo entre um número crescente de artistas de língua inglesa em relação à série de sucessos do BTS e a línguas estrangeiras, enquanto o rap do SUGA em coreano levou a colaborações com o MAX também.




“ON” - com Sia


Enquanto Halsey "deu uma mãozinha" com o single principal de MAP OF THE SOUL: PERSONA (“Boy with Luv”), a cantora e compositora australiana Sia emprestou a sua voz para o single principal de MAP OF THE SOUL: 7, “ON”. Esta colaboração foi menos parecida com a da Halsey e mais parecida com o trabalho do grupo com Nicki Minaj, onde a artista em destaque adicionou os seus vocais à versão original. Como Sia notoriamente evita promover o seu trabalho em público, ela e o BTS nunca deram uma entrevista juntos. Ao contrário de “Boy with Luv” e “Make It Right”, “ON” não conseguiu fazer sucesso na rádio, provando que colaborar com cantores pop próximos às rádios não é necessariamente um ás na manga para garantir mais reproduções.




“Who” - com Lauv


Depois de trabalharem juntos no remix de “Make It Right”, Lauv colaborou com o BTS mais uma vez, desta vez em “Who” de seu álbum ~how am i feeling~. Dois membros do BTS, Jung Kook e Jimin, colocaram seus vocais perfeitamente combinados nessa faixa lânguida, porém apaixonada. A música mostra a aptidão de Jung Kook e Jimin para entregarem uma delicada performance de R&B.




“Burn It” (Agust D) - com MAX


Vários artistas participaram de D-2, a segunda mixtape do SUGA sob seu pseudônimo de rapper, Agust D. Um nome que chamou a atenção entre eles foi MAX, o cantor estrangeiro. Após o lançamento, SUGA revelou no V LIVE que pensou desde o início que deveria ter um cantor americano na música. Em meio à sua busca, ele entrou em contato com MAX. O resultado foi “Burn It”. SUGA expressou sua enorme gratidão pela devoção de MAX à faixa, que pediu a SUGA para transliterar sua letra e, em seguida, fez a música para o refrão.




“Savage Love (Laxed - Siren Beat) (Remix)” - com Jawsh 685, Jason Derulo


“Savage Love (Laxed - Siren Beat)” reviveu a carreira de Jason Derulo, que havia sido um cantor de sucesso no início de 2010, e lançou Jawsh 685 - de descendência meio Samoana, meio da Ilha Cook - ao status de produtor de classe mundial. A inclusão do BTS foi a cereja do bolo para esta música cuja coreografia se tornou viral graças ao poder do TikTok e, consequentemente, alcançou o primeiro lugar na Billboard Hot 100, tornando-se a música com melhor classificação da carreira de Jawsh e o segundo número 1 do BTS na Hot 100. O evento foi um símbolo da mudança de status do BTS.




“Blueberry Eyes” (SUGA) - com MAX


SUGA trabalhou anteriormente com MAX na música "Burn it" e aqui apresenta um rap coreano em uma música do álbum Color Vision, do MAX. Eles dizem que MAX primeiro contratou SUGA para colaborar em uma música chamada "New Life", mas que SUGA recusou naquela vez, sentindo que não seria adequado para ele. Então, MAX enviou a ele o álbum inteiro. SUGA escolheu, ele mesmo, “Blueberry Eyes” e começou a trabalhar. Os dois já haviam estabelecido um bom relacionamento enquanto assistiam esportes juntos e se encontravam para conversar em seu próprio horário, para que pudessem se comunicar facilmente. MAX mostrou ao seu colega muito carinho, chegando ao ponto de adicionar um gato ao videoclipe como uma referência ao apelido do SUGA, além de se esforçar para aprender o seu rap coreano e apresentá-lo ao vivo.




“Butter (Remix)” - com Megan Thee Stallion


No final do verão, o BTS lançou um remix de “Butter” com Megan Thee Stallion. A notícia da música veio primeiro não através de uma promoção pela sua gravadora, 1501 Certified Entertainment, mas sim por uma batalha legal entre eles e Megan. De acordo com Megan, a gravadora a encontrou e administrou sua carreira desde a sua estreia, mas tentou tirar vantagem de sua influência conforme sua popularidade disparava. Nada pode ser dito com certeza - o processo ainda está em andamento, mas o que está claro é que a 1501 freou os lançamentos de Megan e que ela lançou suas canções em circunstâncias difíceis enquanto buscava uma ordem de restrição temporária do tribunal. O seu EP, de título Suga, que inclui o hit “Savage”, também foi lançado nessas condições. “Butter” pôde ser lançado na data pretendida graças a Megan ter recebido um alívio de emergência com antecedência, permitindo que o BTS passasse uma semana extra no topo da Billboard Hot 100 com o remix. O ARMY ao redor do mundo se interessou pela ação e leu coletivamente os documentos jurídicos relacionados ao caso que havia sido divulgado, expondo traços dos esforços do BTS para criar contratos que respeitem outros criadores durante as colaborações.


Um vídeo foi lançado recentemente no qual o BTS teve uma breve reunião com a Megan depois que eles visitaram a Sede da ONU em Nova York como enviados especiais do presidente. j-hope, Jimin e Jung Kook se divertiram falando sobre um vídeo em que dançam ao som do rap da Megan e como aprenderam os movimentos das mãos na coreografia juntos.




“My Universe” - com Coldplay


O BTS disse muitas vezes no passado que o Coldplay é um de seus artistas favoritos. O Coldplay estreou como um esperançoso ato do gênero pós-Britpop, mas gradualmente evoluiu para uma banda de arena rock que absorveu não apenas o rock, mas uma variedade de gêneros para fazer inúmeros hinos para serem cantados junto com multidões. Não é nenhuma surpresa que eles tenham sido uma influência para o BTS se inspirar, pois eles próprios encontraram uma popularidade incomensurável em todo o mundo e trabalharam o seu caminho de salas de concerto a arenas e de arenas a estádios. Os dois grupos têm conversado sobre uma colaboração há algum tempo. Como se estivesse lançando um teaser, o BTS trouxe um cover de "Fix You" do Coldplay em seu episódio de 2021 do MTV Unplugged.


Muitas pessoas reagiram positivamente à performance na MTV, mas houve quem não o fez. Um incidente com o DJ alemão racista tornou-se muito simbólico aqui. O DJ, um autoproclamado fã do Coldplay, não teve problemas em fazer comentários odiosos sobre os ídolos coreanos enquanto criticava sua performance de “Fix You”. O incidente demonstrou como mesmo as superestrelas mundiais do BTS não estavam imunes ao racismo em meio à atmosfera de ódio asiático que surgiu principalmente na Europa e na América do Norte desde o início da pandemia da COVID-19 e muitos ficaram furiosos. O ARMY na Alemanha e em todo o mundo se uniu para criticar o DJ e exigir um pedido de desculpas, após o que artistas com os quais o BTS havia colaborado até então, incluindo Steve Aoki, o escritor de “Euphoria” DJ Swivel, Halsey e Lauv, levantaram suas vozes também em protesto. Publicações como a revista Billboard, que a princípio relutaram em reportar sobre o discurso de ódio prejudicial dirigido ao BTS, acabaram publicando artigos em solidariedade a todos os artistas.


Antes do incidente, o BTS expressou sua tristeza e indignação por um tiroteio em Atlanta, no qual várias mulheres asiáticas foram mortas. O Coldplay também mostrou sua oposição ao racismo inúmeras vezes desde que estreou em 1996. Os grupos já haviam discutido sobre sua colaboração em “My Universe” antes mesmo do incidente com o DJ alemão, mas o episódio fez algumas partes da letra reverberarem até mais com os ouvintes (“E eles disseram que nós não podemos estar juntos / Porque, porque viemos de lados diferentes”). A semelhança das direções musicais das duas bandas criou uma harmonia perfeita na música. "My Universe" presenteou o Coldplay com uma "estreia" pela primeira vez na carreira, colocando-os diretamente no número 1 da Billboard Hot 100, e a música ainda está em destaque.

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