Artigo original publicado em 28 de setembro de 2020 e escrito por Bryan Rolli. Caso deseje visualizá-lo, clique aqui: https://www.forbes.com/sites/bryanrolli/2020/09/28/bts-didnt-cheat-their-way-to-no-1-on-the-hot-100-they-just-beat-other-artists-at-their-own-game/#4a2d47f44bbb
BTS não trapaceou para chegar ao
Nº 1 do Billboard Hot 100.
Eles apenas derrotaram outros artistas
em seu próprio jogo.
O BTS está de volta no topo do Billboard Hot 100 desta semana com “Dynamite”, alcançando a sua terceira semana no primeiro lugar e conquistando uma grande quantidade de feitos no processo. “Dynamite” vendeu a impressionante quantia de 153 mil downloads na sua quinta semana, ultrapassando a maior venda semanal de qualquer outra música em 2020. É também a primeira música a passar cinco semanas consecutivas no topo do chart de “Digital Song Sales” (Venda Digital de Músicas) desde “Old Town Road” por Lil Nas X. A faixa também subiu ao primeiro lugar no novo chart da Billboard Global 200, fazendo do BTS o primeiro ato a dominar os charts Billboard Hot 100, Global 200 e Global 200 Excl. os EUA, simultaneamente.
“Dynamite” é também a única música puramente pop de 2020 a ficar no topo do Hot 100 por múltiplas semanas, se juntando a “The Box” de Roddy Ricch, “Blinding Lights” do The Weeknd, “Rockstar” de DaBaby e “WAP” da Carbi B e Megan Thee Stallion. O fato de “Dynamite” ter passado cinco semanas consecutivas nos 2 primeiros lugares do Hot 100, principalmente graças às vendas digitais, é um testamento do tamanho, fervor e poder de compra do BTS ARMY.
Algumas pessoas tiveram problemas com a estratégia que o BTS usou para retornar ao 1º lugar essa semana. Assim como a conta da Billboard Charts notou, 52% das compras dessa semana de “Dynamite” vieram dos novos remixes “Bedroom”, “Midnight”, “Retro” e “Slow Jam”, lançados em 18 de Setembro. Membros de outros fandoms musicais usaram esse fato para argumentar que o BTS “trapaceou” para conseguir o 1º lugar essa semana, ou que o seu sucesso nos charts é de alguma maneira ilegítimo. Os fãs do BTS, em resposta, pontuaram o absurdo de criticar uma banda por ficar no topo de um chart musical ao… vender música.
Essas acusações mesquinhas são deprimivelmente comuns no Stan Twitter e elas frequentemente revelam a memória seletiva dos fandoms. Convenientemente, todo artista, além de seu artista favorito, parece estar manipulando os charts em algum momento. Porém, enquanto os críticos do BTS podem não aprovar o grupo vender alguns remixes de “Dynamite” para aumentar sua performance nos charts, eles nunca podem acusar o grupo de fazer combos de downloads digitais com as edições físicas que não são enviadas por meses, ou “empacotar” a faixa com mercadorias irrelevantes como calças, pirulitos e camisinhas. (Sério.)
A verdade é: o BTS não “trapaceou” em seu caminho para o primeiro lugar no Hot 100 dessa semana. Eles apenas derrotaram todos os outros artistas em seu próprio jogo.
Você não precisa ir muito longe para ver outros artistas que também jogaram esse jogo a seu favor. Pegue Harry Styles, que deu ao seu ‘slow-burning’ hit “Adore You” um empurrão de último minuto para o primeiro lugar, no início de agosto, ao lançar três pacotes de single digital/físico, dois novos clipes da música e dando um desconto no download, o deixando a U$0,69 durante a semana de rastreio. Ou Travis Scott e Kid Cudi, que lançaram “The Scotts” à estreia em primeiro lugar com a ajuda de “15 configurações físicas”, de acordo com a Billboard. (A faixa caiu ao 12º lugar na sua segunda semana, provando que ficar em primeiro lugar é uma batalha muito diferente da de alcançar o primeiro lugar.)
Falando em remix: Talvez os críticos do BTS tenham esqucido de “Rain on Me”, da Lady Gaga e Ariana Grande, que estava disponível em vários pontos para stream e compra na sua forma original, na forma instrumental, e como remixes por Purple Disco Machine e Ralph Rosario. Sem falar de “Say So” da Doja Cat e “Savage” da Megan Thee Stallion, ambos lançados ao 1º lugar graças à remixes com grandes nomes como Nicki Minaj e Beyonce, respectivamente.
As pessoas que acusaram o BTS de lançarem muitas versões de “Dynamite” talvez também tenham esquecido sobre Taylor Swift, que lançou 16 edições físicas deluxe e uma variedade de ‘mercadorias empacotadas’ do seu último álbum nº1, Folklore. Swift também impulsionou o seu mais recente single nº1, “Cardigan”, ao vender uma edição limitada de vinil que incluia a voice memo original da música e lançando uma versão “cabin in candlelight” da faixa para compra e streaming.
E, claro, nenhum resumo das estranhas travessuras do Hot 100 estaria completo sem uma saudação à Drake, quem reportadamente recrutou dançarinos e influencers como Toosie, Ayo & Teo e Hiii Key para criarem movimentos de dança para o seu chart-topping “Toosie Slide” e exibi-los em suas redes sociais, criando um desafio de dança viral para uma música que ainda não tinha lançado.
Você já conseguiu notar a tendência? Virtualmente, todo artista superstar mergulha em seu próprio saco de truques para subir mais alto na Billboard Hot 100 e na Billboard 200. É apenas uma questão de escolha: se vão remixar as músicas, ‘empacotar’ suas músicas com produtos diversos ou contratar influenciadores para criar um challenge viral nas redes sociais. Você pode, com razão, argumentar que os artistas e os fãs atribuem muita importância à um álbum ou single nº1, e que a pressão de toda a indústria força os artistas a fazerem acrobacias ridículas para inflar suas vendas, diminuindo assim a integridade dos charts. Mas se esse for o caso, você não pode escolher quais artistas criticar.
Toda estrela do pop está competindo pelo mesmo prêmio — um hit nº1 — e os artistas mais experientes com as maiores bases de fãs levam para casa o ouro. Os fãs vão escolher como eles querem gastar o seu dinheiro, não importa o quanto os críticos reclamem, e os números de “Dynamite” falam por si. O BTS aprendeu a jogar o jogo — e há maneiras muito piores de ganhar, do que vendendo sua própria música.
*Adição das tradutoras: Se você chegou até aqui, parabéns e stream na lenda!
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