A medida em que caminhamos pelas nossas análises de álbuns, eras e músicas do BTS, podemos nos deparar com alguns termos bastante específicos que os acompanham desde os primórdios do grupo em 2013. Elementos como "intro", "interlude", "outro", "cypher", entre outros não são raros nos trabalhos do BTS e, para que possamos compreendê-los ainda melhor, hoje gostaríamos de conversar um pouco com você, ARMY, sobre intros e outros.
Sendo assim, nesse post, os nossos objetivos são:
🎵 Apresentar o que é uma intro e o que é um outro;
🎵 Explorar como ambos se relacionam nos trabalhos e álbuns do BTS a partir de uma retrospectiva das intros e outros do grupo até aqui;
🎵 Ressaltar quais são a intro e o outro mais recentes do grupo e o que podem nos indicar.
Vamos lá?
DEFINIÇÕES
Bom, de forma prática e observando esses termos sob a perspectiva dos álbuns do BTS, uma INTRO é uma faixa, ou seja, uma música que abre um novo álbum. Essa faixa pode tanto ser apenas instrumental como pode conter vozes ou pode ainda trazer um compilado de músicas anteriores. De qualquer modo, uma intro - como uma introdução - nos apresenta os novos temas, conceitos e ideias que serão explorados nesse novo álbum e prepara o "ambiente", sobretudo, para a faixa-título. Assim, é interessante percebermos como uma intro geralmente se conecta muito bem à música principal de um álbum.
Inclusive, em uma entrevista à Billboard em 2017 após o lançamento de Love Yourself: Her, RM disse: "Sempre lançamos uma 'intro' pouco antes de lançarmos o nosso single, então a intro assume o papel de contar o conceito deste álbum".
O OUTRO (lido como "autro"), por outro lado, se trata de uma faixa que vem ao fim de um álbum. Dessa forma, essa música traz um certo sentido de conclusão, contudo mantém também as portas abertas para alguma conexão com um próximo álbum. Ao observarmos a discografia do BTS, essa característica dos outros se tornará mais clara.
Além disso, INTRO e OUTRO são termos importantes ao debatermos também a estrutura musical que existe por trás do gênero do rap, dentro da cultura do hip hop. No rap, há diferentes elementos que compõem a estrutura de uma composição. Eles são - não necessariamente nessa ordem:
Intro ou introdução
Verso
Pré-gancho ou pré-refrão
Gancho ou refrão
Ponte
Outro ou final
Você percebeu os nossos termos em destaques ali? Percebe como um "abre" a composição enquanto o oposto conclui? Assim, o fato de que o BTS utilizou uma intro e um outro na grande maioria dos seus álbuns reitera a nós de forma muito interessante as raízes do grupo também no rap e no hip hop.
Partindo dessas apresentações iniciais, daqui em diante voltaremos a nossa atenção à vasta discografia do BTS e às intros e outros ali presentes!
2 COOL 4 SKOOL (2013)
Intro: 2 COOL 4 SKOOL
Nessa faixa inicial, o grupo se apresenta pela primeira vez como os “garotos escoteiros à prova de balas” ou 방탄소년단 e afirmam na letra: “Contamos a nossa história em nome daqueles que estão na faixa dos seus 10 ou 20 anos” - tornando claro que a mensagem que o grupo começaria a compartilhar se voltaria para a juventude e para temas e aspectos com os quais a juventude essencialmente lida, tais como os estudos, os sonhos, as normas sociais, o excesso de autoridades e a ausência de voz. Perfeito junto à faixa-título “No More Dream” e outras canções, não é mesmo?
Outro: Circle room cypher
Já nessa faixa final, o BTS se reúne, como o próprio título indica, para uma cypher (leia-se "saifer"). No hip hop, a cypher indica uma reunião de rappers, beatboxers, breakers, de diversas pessoas em um círculo fazendo música de forma espontânea, como de improviso. Usualmente há um tema geral e, assim, cada artista tem a sua respectiva vez.
É exatamente isso que ouvimos o BTS fazer nesse outro. Em um misto de cypher e esquete, o grupo finaliza o seu primeiro álbum com TODOS os membros se divertindo em um rap fluido e repleto de temas cotidianos da sua juventude, suas inspirações, brincadeiras uns com os outros, de fato, como uma conversa entre amigos.
O!RUL8,2? (2013)
INTRO: O!RUL8,2?
Nessa intro, o BTS trouxe um posicionamento bastante forte e questionador em relação ao dilema paradoxal que a própria sociedade coloca diante da juventude: “Você só vive uma vez, então viva a sua vida”, mas, por outro lado, é naturalizado que nós cresçamos e aprendamos a viver os sonhos e expectativas de outras pessoas. Por isso, RM diz: “Meu coração parou quando eu tinha cerca de 9 ou 10 anos / Coloco a mão no meu coração e me pergunto qual era o meu sonho”. Novamente, uma conexão perfeita com a faixa-título do álbum: “N.O”, que trata das pressões existentes sobre a juventude e da necessidade de ruptura com metas que, por vezes, nem sequer nos pertencem.
OUTRO: LUV IN SKOOL
No título desse outro, “Amor na escola”, e na sua letra com versos como “Eu apenas quero te amar” reside o fim de O!RUL8,2? e também a brecha certeira para que, em breve, chegasse o álbum SKOOL LUV AFFAIR - ou literalmente “Caso de amor escolar”.
SKOOL LUV AFFAIR (2014)
Intro: Skool Luv Affair
Nessa intro, variando entre diferentes estilos musicais, a rap line do BTS nos introduz aos temas da paixão adolescente, do amor viciante e do desejo de confessar os seus sentimentos. Eles dizem: “Quando estamos amando, somos apaixonados / Quando cantamos, somos espinhosos / Apaixonados e espinhosos / Esse é o estilo do Bangtan”. Assim, perceba como essa música nos leva diretamente aos temas de “Just One Day” ou de “Boy In Luv”, a faixa-título de SKOOL LUV AFFAIR.
Outro: Propose
Mantendo fortemente a presença da escola no desenrolar da letra como o ambiente no qual o amor se desenvolveu, agora a nossa vocal line canta suavemente a confissão de amor que era tão desejada ainda na intro, abrindo as possibilidades de um relacionamento. “Eu não sei por que o meu coração é assim, eu sempre penso apenas em você” e “Eu quero dar tudo a você”. É com essas palavras que o grupo coloca um ponto final no álbum.
WAKE UP (2014)
INTRO.
Na intro desse que é o primeiro álbum japonês do BTS, o grupo se mantém somente com uma expressão em todo o decorrer da faixa: "WAKE UP", ou seja, “ACORDE”. Nesse verbo imperativo, há sutilmente a mensagem de que seria necessário "acordar" de alguns aspectos daquela paixão e do relacionamento impulsivo que se configurou em SKOOL LUV AFFAIR.
OUTRO.
A intro de WAKE UP nos traz diretamente ao seu outro, no qual RM canta: “Preciso viver a minha vida, preciso sentir orgulho de mim, preciso brilhar a minha luz / Então acorde!”. Mais nítido do que isso? Impossível. E são esses questionamentos a respeito dos limites dessa paixão adolescente que nos conduzem à intro do próximo álbum.
DARK & WILD (2014)
Intro: What Am I To You
Nessa faixa, em versos como “Você diz que não gosta de mim, mas também não me odeia” ou ainda “O que eu sou para você, garota?”, RM nos introduz ao mundo de DARK & WILD, no qual em sua faixa-título, “Danger”, o BTS cantaria: “Você está brincando comigo (ou com os meus sentimentos)? Não me deixe confuso!”.
Outro: Do You Think It Makes Sense?
Se conectando à intro, mas, ao mesmo tempo, desejando "rebobinar" o amor e a garota amada de volta para o seu mundo, o eu lírico desse outro nos diz: “Você acha que faz sentido o nosso amor estar mudando tão facilmente? [...] Eu te odeio tanto mas, mesmo agora, estou pensando em você”.
HYYH PT. 1 (2015)
Intro: The Most Beautiful Moment In Life
Viramos a página e adentramos uma nova era junto ao BTS. Uma era que, talvez na aparência, pareça menos “dark”, mas os seus temas seriam ainda mais profundos e intensos.
SUGA, então, nos apresenta à era HYYH por meio dessa intro. Ele, sob a figura do eu lírico como um garoto jogando basquete e refletindo sobre a vida, diz em angústia: “O que estou fazendo com a minha vida? Esse momento jamais retornará e eu me pergunto novamente: Você está feliz agora?”.
Outro: Love is Not Over
Combinando os tópicos de reflexão sobre a própria juventude da intro com o tema geral das incertezas e frustrações dessa fase da vida - presente tanto na faixa-título “I NEED U” como em todas as músicas do álbum, o BTS finaliza HYYH Pt. 1 cantando: “O amor é doloroso e parece que as despedidas são dolorosas, algo ainda mais doloroso”, mas ainda assim “O amor não está acabado”. Desse modo, deu-se a deixa para que HYYH Pt. 2 ganhasse forma, debatendo a energia da juventude que avança abraçando até mesmo as incertezas e inseguranças.
HYYH PT. 2 (2015)
INTRO: Never Mind
Seguindo os temas que apontamos acima, SUGA novamente abre as portas, agora, de HYYH Pt. 2 com as palavras: “Se você sentir que vai colidir, apenas acelere ainda mais, seu idiota / Somos jovens e imaturos demais para desistirmos / Deixe para lá!”.
OUTRO: House Of cards
Em uma das faixas mais belas da vocal line até aqui, “Outro: House Of Cards” nos diz: “Uma casa feita de cartas e nós dentro dela [...] Mesmo que ela entre em colapso em breve [...] Nós (permanecemos) como idiotas, mesmo que seja um sonho em vão”.
Novamente, o outro nos coloca em contato com a atitude desenfreada de avanço da juventude independentemente das circunstâncias, que foi também expressa na intro e na faixa-título do álbum ao dizer literalmente “Corra! Corra! Corra!”.
HYYH: YOUNG FOREVER (2016)
Por se tratar de um repackage album, HYYH: Young Forever reúne faixas de toda a era HYYH e também apresenta faixas inéditas. Assim, a intro do álbum é a própria “Intro: The Most Beautiful Moment In Life” (de HYYH Pt. 1) e o outro é substituído por um epílogo, “Epilogue: Young Forever”, música que marcou o fim da era HYYH.
YOUTH (2016)
No entanto, você pensou que a era HYYH já havia acabado de vez? De modo algum, pois fomos presenteados novamente com um álbum japonês!
INTRODUCTION: YOUTH
Nessa intro, vemos ser misturados trechos de diversas músicas da era HYYH. Sobre esse emblemático mix, RM apenas narra algumas palavras simples, porém poderosas: “Juventude não tem idade, simplesmente permanece ali de uma forma bela. São todos os que estão seguindo os seus sonhos, como Rap Mon, Jin, SUGA, j-hope, Jimin, V e Jung Kook. Somos alguns daqueles que estão perseguindo as estrelas, então você pode nos chamar de jovens”.
EPILOGUE: Young Forever - Japanese Version -
Assim como em HYYH: Young Forever, YOUTH também cede o lugar de seu outro para a versão, agora, japonesa de “Epilogue: Young Forever”, ressaltando uma vez mais a centralidade à juventude - como na intro - e o ponto final da era HYYH.
WINGS & You Never Walk Alone (2016 - 2017)
Ao nos voltarmos para essa próxima página da história do BTS, precisamos observar esses dois álbuns como um “conjunto”, tendo em vista que a intro veio à tona pela primeira vez em WINGS enquanto o outro veio apenas em You Never Walk Alone.
Intro: Boy Meets Evil
Nessa intro brilhante do j-hope, são apresentados a nós os temas essenciais dessa era e que nos deixariam preparados - ou não - para a chegada de “Blood, Sweat & Tears”, as referências ao livro “Demian” e todo os demais conteúdos.
Com versos como “É muito mau, mas é tão doce”, “Intro: Boy Meets Evil” nos fala sobre a tentação, sobre conflitos internos e externos e sobre o contato com as diversas faces da realidade, inclusive o mal - o que nos possibilita também a abertura de novos horizontes para crescimento.
Outro: Wings
Já nesse outro, encontramos uma celebração da jornada percorrida até ali. Afinal de contas, também pelo contato com o que é mau, ruim, doloroso ou tentador foi possível “sair do ovo” e, agora, o BTS canta sobre abrir as suas asas, pois asas são feitas para voar.
Love Yourself: Her (2017)
Intro: Serendipity
Chegamos a Love Yourself: Her e nenhuma música poderia ter sido melhor para a sua introdução do que “Serendipity”. Essa faixa descreve um amor que não surgiu nem se desenvolve por acaso, mas que estava destinado a acontecer - assim como vemos na faixa-título, “DNA”.
Outro: Her
Nessa fantástica faixa que merece mais da nossa atenção, vemos a rap line do BTS finalizar esse primeiro álbum de Love Yourself se colocando no lugar de um eu lírico que vive o amor descrito na intro e na faixa-título, mas que já começa a refletir sobre as máscaras que têm vestido em função dele.
“Eu sempre dou o meu máximo para ser o melhor para você / Eu espero que você não conheça essa parte de mim”. Desse conflito que gera um dilema em torno de “é amor ou não é amor?”, perceba a lacuna perfeita que se forma para a sequência da era.
Face Yourself (2018)
Nem todos sabem, porém, antes de chegarmos a Love Yourself: Tear, o BTS nos apresentou o seu próximo álbum japonês: Face Yourself, ou seja, Se Encare ou Se Enfrente.
INTRO: Ringwanderung
Na intro desse álbum, o grupo nos traz um título muito interessante. “Ringwanderung” é, na verdade, um termo em alemão que significa basicamente “andar em um mesmo local sem qualquer senso de direção” ou, em outras palavras, “andar em círculos”.
Assim, nessa faixa que traz também lapsos da música “Best of Me”, faixa do álbum anterior, o BTS segue a reflexão de “Outro: Her” e coloca em destaque esse amor que começava a se revelar como um sonho, como uma ilusão na qual não seria possível nada além de andar em círculos.
OUTRO: Crack
No seu título, “Crack” ou “Rachadura”, e com versos repetidos e retirados de “Let Go” que dizem “Estou pronto para deixar ir”, esse outro - assim como "Outro: Her" - anunciava que um conflito, um ponto de virada estava se aproximando à narrativa da era Love Yourself e que ele se expressaria por uma "rachadura na máscara", isto é, uma percepção inicial de que já não era mais possível seguir ocultando a si próprio em favor de um amor ou de um outro alguém.
Love Yourself: Tear (2018)
Intro: Singularity
Essa intro, como já debatemos anteriormente, escancarou primorosamente as portas de Love Yourself: Tear, nos introduzindo a temas como identidade, solidão e autorreflexão - o que atingiria o seu ponto máximo em “Fake Love”.
Se torna ainda mais interessante ao pensarmos que essa autorreflexão se deu apenas após "Outro: Crack", ou seja, após a rachadura na máscara. O eu lírico andava em círculos na ilusão desse amor, vivencia a percepção inicial da rachadura na sua máscara e, agora sim, pode dar início a uma reflexão íntima e profunda.
Outro: Tear
Esse outro, conectando os temas da intro e do ábum a uma necessidade de tomada de decisão e de respostas, combina de forma sincera e dolorosa os significados da palavra “tear” em inglês, que pode significar tanto “lágrima” quanto o verbo “rasgar” ou “despedaçar”.
Love Yourself: Answer (2018)
Love Yourself: Answer, assim como HYYH: Young Forever em 2016, é um repackage album que compila faixas da era e introduz também novas músicas. Dessa forma, aqui, a intro e o outro cederam seus lugares à estrutura própria e geral da narrativa de Love Yourself, de modo que fosse pontuado também o seu fim.
Contudo, temos nesse álbum a música "Answer: Love Myself", cujo nome segue, de certa forma, o mesmo estilo das intros e dos outros - com uma palavra, dois pontos e o título. Assim, essa faixa é literalmente uma resposta a todas as intros e todos os outros anteriores dentro da era Love Yourself e a toda essa trajetória pelo amor. Como ponto final à era, encontramos uma conclusão: o amor próprio.
MAP OF THE SOUL: Persona & MAP OF THE SOUL: 7 (2019 - 2020)
Assim como em WINGS & You Never Walk Alone, precisamos observar esses dois álbuns de forma conjunta, pois a intro ganhou vida primeiramente em MAP OF THE SOUL: Persona enquanto o outro ganhou vida em MAP OF THE SOUL:7.
Intro: Persona
Essa intro nos apresentou o primeiro passo da jornada em que embarcaríamos junto ao BTS pela psique humana a partir da Psicologia Analítica de Carl Jung: a Persona, que é essencialmente como nós nos apresentamos diante das pessoas e do mundo em diferentes circunstâncias.
Outro: Ego
Após uma longa caminhada pela Persona e outros temas, é importante citar que, em MAP OF THE SOUL: 7, passamos pela discussão em torno da Sombra através de faixas como "Interlude: Shadow". "Interlude", ou seja, "Interlúdio" é mais um termo essencial aqui, tendo em vista que ele nos remete a um elemento em uma composição musical que separa uma parte de outra e, ao mesmo tempo, que conduz uma parte da música à outra. Por exemplo, em uma composição, podemos ter a estrutura: VERSO - PRÉ REFRÃO - REFRÃO - INTERLÚDIO - VERSO [...]. Observe
Dessa forma, enquanto o "oposto" da Persona que se expressa na nossa adaptação ao mundo social, a Sombra se configura como aqueles aspectos que desejamos "manter no escuro", escondido de tudo e todos - inclusive de nós mesmos. Por isso, esse interlúdio foi parte tão fundamental de MOTS, de modo que houvesse uma "pausa" para refletir sobre a Persona, para mergulhar nas profundezas da Sombra e, enfim, poderíamos seguir ao outro desse álbum.
"Outro: Ego", finalmente, volta a nossa atenção em tom de celebração ao Ego, o centro da consciência por meio do qual podemos compreender nós mesmos e o nosso comportamento nas suas mais diversas facetas conscientes e inconscientes.
*A estrutura de MAP OF THE SOUL é também muito particular e uma melhor compreensão da base teórica, dos conceitos de Psicologia por trás dela é um ponto fundamental para uma melhor compreensão também das conexões entre as músicas. Assim, caso você deseje conhecer mais essa era, basta clicar aqui, seguir até o fim da página e explorar todas as nossas análises de MOTS.
MAP OF THE SOUL 7 ~ THE JOURNEY ~ (2020)
É nesse álbum japonês de 2020 que encontramos a intro e o outro mais recentes do BTS. Além disso, acreditamos fortemente que essas duas faixas, assim como se deu em toda a discografia do BTS, podem nos dar uma boa pista de um futuro álbum do grupo!
INTRO: Calling
Sob o título de “Calling” ou “Chamado”, encontramos aqui uma faixa basicamente instrumental. Entretanto, independentemente da presença constante de vozes ou não, a música traz uma mensagem muito clara: é um chamado, um anúncio do início de algo novo que vem após os nossos passos pela Persona, Sombra e Ego.
Seria uma nova jornada ou um novo estágio dessa jornada pela psique humana? Afinal, esse álbum em si se trata disso - uma retrospectiva do que já vivenciamos e um anúncio e uma transição para os próximos passos. De qualquer modo, se você ouvir essa intro, você poderá facilmente perceber como ela, de fato, passa a sensação de um chamado - especialmente um chamado que parte de dentro para fora.
OUTRO: The Journey
"OUTRO: The Journey" ou “OUTRO: A Jornada”, assim como “INTRO: Calling”, também é essencialmente instrumental. Em seu pouco tempo de duração, a complexa melodia construída com várias camadas se combina ao título e torna sutilmente nítida a mensagem que o BTS desejava deixar: Não temos um epílogo ou uma faixa fundamentalmente conclusiva. Assim, especialmente por termos aqui ainda um outro, aos nossos olhos, essa jornada não chegou ao fim. Ouvimos um chamado (intro), relembramos tudo quanto já vivenciamos nessa caminhada por um conhecimento mais profundo de nós mesmos e, assim, poderemos seguir para novos passos dela.
Em conclusão, você percebe como as intros e os outros são fundamentais na estrutura dos álbuns e eras do BTS? E, ainda melhor, se tornou mais fácil compreender como esses elementos nos permitem imaginar os próximos passos do grupo em um novo álbum ou trabalho?
Assim, a existência de “INTRO: Calling” e “OUTRO: The Journey”, além do fato de que o BTS geralmente trabalha em trilogias, são, em grande parte, a razão pela qual ainda acreditamos que a era MAP OF THE SOUL ou, ao menos, essa jornada pela psique humana ainda não chegou ao fim, mas se encontra em um “intervalo” dada a situação atual.
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