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Entrevista de comeback: V [Weverse Magazine - 25/11/2020]

Updated: Dec 26, 2020

Tradução livre a partir da publicação original de 25/11/2020, disponível em: https://magazine.weverse.io/article/view?lang=en&colca=1&num=58



V: “Eu gostaria que estivéssemos com

o ARMY, rindo juntos”


Entrevista do comeback de 'BE'


Durante a sessão de fotos de V, ele está usando uma expressão diferente em cada foto no monitor. Elas criam uma tensão e uma antecipação porque não temos como saber o que ele pode fazer mesmo apenas um segundo depois. Mas o resultado é bom do início ao fim. É o V.


Como você está atualmente? Já faz muito tempo que você não consegue ver seus fãs.


V: Não estou estressado demais sobre como não posso encontrar os fãs cara a cara agora. Eu só quero vê-los quando for seguro para nos encontrarmos. Eu acho que agora posso esperar até lá.


Como diz a música de vocês, “Life Goes On.” Você decidiu continuar com a sua vida.


V: Precisamos seguir em frente. Não podemos nos sentir derrotados para sempre. Eu me senti muito melhor depois de fazer algumas músicas.


Além de trabalhar em "Dynamite", você passou muito pouco tempo fora de casa. Como você passa o tempo quando está sozinho?


V: Eu realmente gosto de apenas ficar de boa, então fico sentado no meu quarto sem fazer nada por horas. Eu poderia tentar colocar um filme, mas depois eu não conseguia me concentrar e simplesmente perdia o foco. Quando isso acontece, é como se eu estivesse vivendo sem um pensamento ou preocupação no mundo. Talvez eu devesse fazer uma música sobre tudo isso algum dia. É provável que ela chame "Espaçado" (risos). De qualquer forma, hoje em dia eu estou buscando maneiras de me manter feliz.


Você encontrou alguma coisa?


V: Bem, eu estou ouvindo LPs ultimamente. Está chegando a época do Natal e eu adoro neve, então comprei dois ou três LPs de Natal para ouvir. Também estou ouvindo músicas antigas de jazz como as de Frank Sinatra e Sammy Davis Jr. O Frank Sinatra é legal, como vinho gelado... Sammy Davis Jr. é muito talentoso (risos).



Então esse é o tipo de artista que você acha legal.


V: Esses dois também foram uma grande inspiração para mim enquanto estávamos trabalhando em “Dynamite”. Sinatra tem toda essa linguagem corporal jazzística, mas ele também jogou um pouco de disco lá. E eu imaginei como Sammy Davis Jr. poderia dançar se houvesse um microfone no palco e ele tivesse que dançar ao redor dele. Eles ajudaram muito quando eu estava encontrando uma maneira de ser otimista e descolado ao mesmo tempo em “Dynamite”.


Acredito que trabalhar em "Dynamite” deve ter sido um consolo, mesmo quando você não pode encontrar os fãs devido à COVID-19.


V: Não podíamos fazer um show e não podíamos ver o ARMY, então estávamos nos sentindo cada vez mais esgotados. Parecia uma batalha sem fim. Nós realmente queríamos ver o ARMY se sentindo melhor, então tínhamos que voltar aos palcos e fazer outro álbum para que juntos pudéssemos vencer essa coisa. Eu quero ser o amigo que está sempre animando o ARMY, mas não há muitas maneiras de fazê-los se sentirem melhor.


Como foi toda a experiência com “Dynamite”? Vocês chegaram ao topo do Billboard Hot 100 e também tiveram a chance de se apresentar em uma variedade de estilos diferentes.


V: Filmar o concerto do Tiny Desk foi um processo muito natural, o que foi legal. Mas, na verdade, com a situação sendo o que é, não poderíamos realmente "sentir" muito. O dia em que a notícia foi divulgada foi emocionante. Foi ótimo, na verdade, todos nós ligando uns para os outros e alguns rindo e outros chorando: “Não pegamos o caminho errado, afinal! Realmente tínhamos uma chance - realmente era possível!”



Enquanto você se apresentava em “Dynamite”, você também foi o diretor visual de 'BE'. Tenho certeza de que você estava inimaginavelmente ocupado tirando fotos, mas você conseguiu se comunicar bem com os outros membros?


V: Nós nos comunicamos sem problemas. Eu ouvi todas as suas ideias de conceitos e organizei tudo em torno disso. Se tentássemos algo muito natural, não seria conceitual o suficiente, então fizemos o nosso melhor para encontrar um equilíbrio.


Você tinha todos sentados no meio, com o cenário organizado simetricamente ao seu redor.


V: Isso foi possível graças a cada um ter as suas próprias ideias. Não houve sobreposição entre os itens, o que realmente nos permitiu criar um senso de unidade, colocando todos esses diferentes adereços simetricamente. Não era para ser simétrico, cada membro realmente escolheu algo único.


Em seu quarto, você incluiu um violino e uma fotografia.


V: Essa é uma foto que eu tirei. Gosto de fotos e desenhos, mas se eu tivesse usado alguma arte, eu estaria usando o trabalho daquele artista em particular, então achei que seria melhor usar uma das minhas próprias fotos. Acabei escolhendo o violino porque aprendi a tocá-lo, mas também porque gosto muito de música clássica e jazz.



Então, como você acha que ficou?


V: Eu fiz isso, então naturalmente eu gosto (risos). Parte de mim acha que eu deveria ter tentado algo mais conceitual. 'BE' deveria dar uma sensação de revista ou pôster, já que não pudemos tirar muitas fotos assim, mas acabou tendo uma sensação mais natural. Mas eu pensei que da próxima vez que tentarmos fazer um ensaio fotográfico conceitual, deveríamos nos afastar um pouco desse visual natural. O grupo explicou suas ideias com clareza e elas foram simples de fazer, então acho que tudo correu muito bem.


Parece que não houve problemas na escolha das músicas para 'BE'. Como você se sentiu gravando as suas partes nas músicas de outros membros?


V: Eu gosto de “Dis-ease”, que Hobi escreveu, mas estilisticamente foi desafiador. Está muito longe do meu estilo, então demorei para me acostumar. “Fly to My Room” costumava ser a minha música favorita, mas também era a mais difícil de cantar. Estava tudo bem no início, até que o Jimin entrou na história (risos).


O que tem o Jimin?


V: Como eu tive que acompanhar o Jimin, a música subiu, talvez, três tons. Eu achei que fosse morrer (risos). Começou sendo a minha música favorita, mas era muito difícil de cantar.


Mas por que você teve que cantar assim?


V: Jimin disse que sentia muito, que ele não conseguia ir para um tom mais baixo (risos). Quando ouvi a versão demo pela primeira vez, o tom era perfeita para mim, então pensei que soaria muito bem e com certeza eu deveria fazer parte dessa música. Mas Jimin disse que queria fazer parte dela também, então eu disse: "Ótimo, vamos fazer isso juntos!" Acontece que subimos três tons. Então eu disse: “Ei, qual é o problema? Devo desistir?” Mas, bem, de alguma forma tudo deu certo no final. Foi um final feliz (risos).



As pessoas podem ser capazes de ouvir melhor essa parte porque estar muito mais alto (risos). O tom das suas vozes combinadas e o contraste delas é realmente impressionante.


V: Sim, mas deixando tudo isso de lado, foi uma grande luta (risos). E o refrão é bastante longo. Acho que se repete, o quê, quatro vezes?


Sim, parece que o refrão nunca termina. O estilo de produção é bastante único. Gosto de como a emoção é transmitida por todo o caminho.


V: Eu concordo, mas é bem longo. O refrão ficou uma loucura, como se eu estivesse colocando a melodia nos ouvidos das pessoas (risos). O refrão é bom, mas toda a melodia da música é realmente cativante. Sempre que eu ouvia a batida, eu ficava totalmente envolvido. A maneira como os vocais aumentam com a batida e a melodia era tão original e divertida que eu simplesmente tinha que fazer isso.


Que instruções você deu aos outros membros quando eles estavam cantando a sua música, “Blue & Grey”?


V: Eu realmente não tive que dar muitas instruções a eles. Eu disse a eles que seria bom se eles pudessem pensar em todos os seus problemas e, em seguida, tentar curar essas feridas com as suas vozes - já que, se eles se concentrassem nessas emoções, haveria mais sentimento na música. Todos eles fizeram um bom trabalho expressando as emoções que eu não fui capaz.


Parece que você pretendia que “Blue & Grey” fosse uma música melancólica. Eu ouvi dizer que você originalmente planejou colocá-la em sua mixtape.


V: Eu escrevi “Blue & Grey” quando eu estava no meu ponto mais baixo, quando na verdade estava perguntando se eu poderia continuar com o meu trabalho ou não. Até as partes divertidas do trabalho se tornaram uma tarefa árdua e toda a minha vida parecia sem propósito. "Para onde eu vou daqui? Não consigo nem ver o fim do túnel.” Esse tipo de pensamento me atingiu com força.


Houve um motivo para isso?


V: Foi quando o trabalho era um grande desafio. Quando estou feliz, quero trabalhar e quando estou feliz posso sorrir e ver os fãs, mas havia muito trabalho a fazer. Sou uma pessoa descontraída, você sabe, tranquila, mas estava puxado demais e estava começando a sufocar. O que eu quero dizer é que eu estava passando por um momento muito difícil e pensando: "O que está esperando por mim no final? É importante ter sucesso, mas também estou tentando ser feliz, então por que não estou feliz agora?” Foi quando eu comecei a escrever “Blue & Grey”.


Então escrever a música foi meio que a sua maneira de trazer a si mesmo um pouco de paz de espírito.


V: Houve um tempo em que eu estava passando por algo assim. Eu estava passando por um momento difícil, mas não conseguia continuar carregando esse sentimento comigo. Em vez disso, eu pensei que poderia usá-lo como uma espécie de fertilizante. Assim, eu cuidei desse sentimento constantemente escrevendo sobre ele nas minhas anotações. Continuei escrevendo tudo e, quando finalmente senti que queria tentar escrever uma música, foi isso que eu fiz. Depois que a música estava pronta, eu tive uma sensação de realização e foi assim que eu fui capaz também de abrir mão de "Blue & Grey". Essa foi uma maneira de tentar superar meu problema.



Todas as músicas solo que você faz ou canta têm imagens semelhantes: noite; solidão, neve.


V: Eu gosto da noite e do ar da madrugada e gosto quando neva também. Eu gosto dessas coisas desde muito tempo atrás, mas ultimamente eu sinto que coisas como neve e o ar da noite me mantém vivo. Podem ser apenas mais uma parte da vida normal para outras pessoas, mas para mim, eles representam momentos muito especiais.


Isso me faz pensar no final de “Blue & Grey”: “Depois de enviar secretamente as minhas palavras para o ar / Agora eu adormeço ao amanhecer”


V: Eu realmente não durmo bem. Eu fico me virando e fico preso em muitos pensamentos. Mesmo quando apago todas as luzes, posso ver tudo claramente. Eu fecho meus olhos, mas todos os meus pensamentos se espalham amplamente abertos. Então eu fico com sono no trabalho e fico olhando para o nada quando estou sozinho, com olheiras, mas se eu quiser evitar isso, eu realmente tenho que dormir. O problema é que o jeito que eu sou não permite isso. Eu escrevi sobre isso no primeiro e no segundo versos, um sentimento como: “Quando estou preso pensando assim, tudo fica cinza e eu fico todo azul”. Eu escrevi esses sentimentos como uma música e, agora que estou pensando sobre isso de novo, eu realmente superei isso. Me sinto muito mais leve. Eu enviei minhas palavras para o ar e agora eu adormeço ao amanhecer. Você deveria dormir à noite, mas eu estou indo dormir de manhã novamente. Então, eu digo "boa noite", mas não é realmente uma boa noite. “Eu apago porque estou exausto”, esse tipo de coisa. São as emoções que eu senti nesses momentos e que eu queria expressar.


O que você espera que ouvir sobre esse sentimento traga para os ouvintes?


V: Em vez de ser apenas um estranho dizendo a eles para se animarem, acho melhor dizer algo como "Você parece deprimido ultimamente" ou "Parece que hoje em dia é difícil para você se animar". “Blue & Grey” é o mesmo: “Você está deprimido ultimamente? Eu também. Estamos no mesmo barco. Quer falar sobre como você está se sentindo? Você quer se sentir melhor, certo? Eu sei, mas às vezes parece que você está sendo levado por um redemoinho de estresse." Quero que os ouvintes me ouçam dizendo isso a eles.


É importante expressar as suas emoções imediatamente, quando elas estão tão avassaladoras.


V: Sim. Normalmente, eu escrevo muitas músicas quando estou me sentindo emotivo, mas hoje em dia tenho tantas coisas diferentes para fazer que eu não consigo escrever nada. Já tentei escrever algo antes, quando tinha um tempinho, mas não saiu nada porque os sentimentos que eu tinha já tinham sumido. Então, eu digo para mim mesmo: “Você tem que escrever muito quando tiver os sentimentos!” (risos). E então eu abro o meu aplicativo de notas e volto para as notas antigas, como, "Ah, então é assim que eu me sentia naquele momento? Entendo. Bem, é assim que eu costumava ser, eu acho." Então, eu tentei escrever “Blue & Grey” rapidamente, assim que esse grande sentimento apareceu.


Então, é importante revisitar esses sentimentos quando você está produzindo uma música ou escolhendo quais músicas lançar?


V: Se você não pode trazer o sentimento de volta, você também não pode fazer a música. Eu lanço uma música quando eu sinto que ela expressa quem eu era e como eu me senti no momento em que eu a escrevi. Mesmo se gravarmos perfeitamente, se o resultado soar artificial, eu prefiro lançar outra música com um som mais honesto, mesmo que não seja perfeita.


Esses são os tipos de músicas que você selecionou para sua mixtape?


V: Hum... Eu não sei. Essa é a minha primeira mixtape, sabe, então eu sinto muita pressão sobre isso. Eu fico pensando o tempo todo sobre que tipo de álbum eu devo fazer para me sentir satisfeito com ele. A faixa-título é a faixa-título, todos também dizem para deixá-la como está, mas eu continuo tendo vontade de continuar colocando mais e mais.



Você geralmente escreve e escolhe músicas com base nas suas emoções. Talvez a pressão para fazer a sua primeira mixtape venha de você ter dificuldade com isso.


V: Acho que ainda há um longo caminho a percorrer. Talvez seja porque é a minha primeira mixtape, mas é tão difícil. E eu sinto que é um pouco preguiçoso. As pessoas me dizem apenas para lançar e ver como vai, mas eu prefiro saber o que precisa ser consertado antes de lançá-la. Eu também não quero que a faixa-título seja deprimente. Quero que seja positivo e ajude as pessoas a vencerem esses sentimentos depressivos. Mas não é fácil.


Isso se parece muito com o que os membros transmitiram em "Life Goes On".


V: Acho que mostramos a situação atual de uma forma muito direta e honesta. Ainda estamos indo, indo, indo. E o andamento está difícil. Mas não termina aqui. Eu gostaria que estivéssemos com o ARMY, rindo juntos. Espero que sejamos todos felizes no futuro e continuemos fazendo o nosso melhor, cuidando da esperança de um futuro feliz.


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