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Entrevista de comeback: Jung Kook [Weverse Magazine - 27/11/2020]

Updated: Dec 26, 2020

Tradução livre a partir da publicação original de 27/11/2020, disponível em: https://magazine.weverse.io/article/view?colca=1&num=61&lang=en




Jung Kook: “Espero que esse sentimento

nunca desapareça”


Entrevista do comeback de 'BE'



Eu tive a chance de entrevistar o BTS antes, quando eles debutaram. Durante aquela entrevista, Jung Kook tinha um pequeno hábito. Quando eu o encontrei novamente um pouco depois, ele havia corrigido isso. Ele faz um esforço consciente para mudar a si mesmo. E, depois de sete anos, encontrei Jung Kook novamente.



Você dirigiu o videoclipe de "Life Goes On", a faixa-título de BE.


Jung Kook: Eu estava realmente ansioso para dirigir o videoclipe desde o início. Meu plano era organizar a sinopse, discutir isso com o diretor com quem eu estava trabalhando, filmar e editar, mas estávamos com pouco tempo. Então trabalhei nisso enquanto compartilhava ideias com o diretor. Originalmente, havia muitas cenas com dublagem, mas tiramos algumas delas e colocamos mais cenas que transmitiam melhor as emoções dos membros. Não foi fácil combinar as cenas, mas acho que agora sei mais sobre o que é necessário ao gravar um videoclipe.


Você filmou os vídeos do Golden Closet Films e subiu eles para o canal do BTS no YouTube e agora você filmou um videoclipe.


Jung Kook: Uma vez que nós estávamos no local, tínhamos instruções para tudo o que precisávamos para filmar, tudo preparado com antecedência. Então tirei fotos espontâneas dos membros aqui e ali com uma câmera durante a filmagem. Estávamos filmando em um lugar lindo, então quando eles me pediram para tirar fotos deles como queriam ser apresentados, foi o que eu fiz.


Que tipo de fotos você tirou de si mesmo?


Jung Kook: Eu apenas estava nelas (risos). Eu também não apareço nas filmagens do Golden Closet Films. Eu meio que fico no banco de trás. O diretor teve que gravar as minhas partes para o videoclipe, já que eu não poderia me filmar, então eu relaxei um pouco. Eu tentei fazer os outros membros parecerem realmente bons quando os gravei. Já que esse era um videoclipe do BTS e não meu, eu queria mostrar o que estava acontecendo com cada membro e com a equipe em si, não apenas os pensamentos de um indivíduo. Cada pessoa que assiste ao vídeo pode se sentir diferente, mas eu queria mostrar que sentimos o que outras pessoas sentem, que estamos na mesma situação.


Você tem muitas fotos suas sendo tiradas sempre, mas você não presta muita atenção nas fotos em que você aparece.


Jung Kook: Eu nunca gostei muito de ter as minhas fotos tiradas (risos). E geralmente eu estou com os outros quando estamos trabalhando, obviamente, mas é difícil pegar uma câmera e tirar selfies. Então eu tiro fotos e gravo vídeos dos outros membros sempre que posso.



Você ainda acha difícil tirar uma foto?


Jung Kook: Eu coloco a minha melhor cara quando é para algo que eu tenho que fazer, como livros de fotos de álbuns, mas ainda não é fácil. Com vídeos fica tudo bem, no entanto. E mesmo que eu não fique nem um pouco nervoso quando canto para dezenas de milhares de pessoas, se eu tiver que cantar ou falar na frente de um pequeno grupo, eu fico super nervoso. Eu nunca me sinto assim no palco, mas talvez eu tenha dificuldade em fazer coisas que são um pouco estranhas para mim.


Parece que você faz uma distinção entre o trabalho que você gosta e o trabalho que você acha difícil.


Jung Kook: Trabalhos relacionados à música, como gravar, compor, escrever letras, filmar videoclipes e coisas assim, tudo bem. Mas qualquer coisa fora disso é, provavelmente, um desafio para mim.


Em 'BE', cada um de vocês explicou seus sentimentos sobre o trabalho na música “Dis-ease”. Você deve ter experimentado um ciclo de trabalho agradável e de trabalho difícil ao longo de sete anos, então como você superou os tempos difíceis?


Jung Kook: Eu realmente entendo bem os meus próprios problemas, então, na maioria das vezes, está tudo bem. Eu consigo descobrir as coisas uma de cada vez por meio da experiência, em vez de apenas procurar respostas. Estou sempre crescendo e a minha personalidade muda, dependendo do meu ambiente. Acho que eu aprendi a fazer coisas que eu costumava achar difíceis experimentando pouco a pouco.



Falando em crescimento, “Skit” foi muito memorável. Vocês a gravaram um dia depois de “Dynamite” chegar ao primeiro lugar na parada da Billboard Hot 100 e vocês, que falaram sobre o que faziam antes de se tornarem trainees na “Skit” do seu álbum de debut, agora falaram sobre o primeiro lugar no chart da Billboard Hot 100.


Jung Kook: Quando eu era um trainee, eu via os membros mais velhos fazendo rap e pensava: "Uau, eles são tão legais!" Mas agora, depois de passarmos todos os dias juntos, eu esqueci tudo isso (risos). Às vezes, eu vejo as letras que eles escreveram, vejo eles dançando e ouço as coisas que eles dizem no palco e penso: “Ah, certo. Esse é o tipo de pessoa que eles são. Eles são muito diferentes agora.” Você sabe, é como o que não se sente quando você mora com a sua família, mas se você não puder vê-los por um longo tempo, você sente falta deles. Você pode até chorar. Somos uma família de verdade. Tipo, legítimo! (risos)


Cada um da sua “família legítima” (risos) colocou suas próprias músicas em 'BE' e surgiu com as subunits espontaneamente. Como foi fazer o álbum dessa maneira?


Jung Kook: Nós conversamos com a empresa sobre o esboço do álbum e organizamos as nossas ideias juntos. Esse foi o nosso processo para fazer as músicas. Então, nós as escutávamos juntos e se achássemos que não eram boas, voltávamos e trabalhávamos nelas um pouco mais. Os membros se reuniam e diziam: "Ei, que tal fulano e ciclano formarem uma subunit dessa vez?" ou "Sobre o que essa música deveria ser?" e compartilhávamos muitas ideias dessa forma.


Como os outros responderam à sua música, “Stay”?


Jung Kook: Essa música originalmente deveria estar na minha mixtape. Planejamos colocar uma música diferente no álbum, mas depois que V a ouviu, ele disse: "Essa música que Jung Kook escreveu é muito boa". Então, todos os outros membros ouviram, disseram que era melhor do que a outra e, de alguma forma (risos), “Stay” entrou no álbum. A mensagem para a outra música também era: "Mesmo que estejamos distantes, fique onde você está." Eu escrevi a minha música com o mesmo tema, então eu amei que ela tenha sido incluída em 'BE'. No início, eu queria falar sobre como estamos sempre juntos, usando a palavra em inglês "WHEREVER", que significa “onde quer que”. Eu queria expressar como estamos sempre juntos, não importa onde estejamos, mas Namjoon ouviu isso e disse que “STAY” ("Fique") poderia ser melhor. Gostei da sugestão dele, então mudei. Ele realmente me ajudou a organizar os meus pensamentos, já que eu nem sempre sou bom em escrever tudo o que quero expressar.


Alguém pode ir mais longe e dizer que a letra é comovente, mas o arranjo é um EDM.


Jung Kook: Nós imaginamos que estávamos nos apresentando para os fãs enquanto fazíamos isso, pulando para cima e para baixo com eles.



Parece que vocês realmente sentem falta dos seus fãs.


Jung Kook: Esse álbum realmente nos atingiu de uma maneira diferente, com a situação atual sendo o que é. Porque o mundo está sofrendo com a COVID-19, temos que manter as nossas cabeças erguidas e transmitir as nossas mensagens aos nossos fãs.


O que os seus fãs podem esperar de você quando vocês finalmente se encontrarem novamente?


Jung Kook: Não há nada específico, mas, quando eu assistia às nossas antigas apresentações, as minhas expressões faciais eram estranhas e os meus movimentos de dança nem sempre eram perfeitos. Eu continuo trabalhando para melhorar, então espero que quando os fãs me virem, eles achem a minha performance incrível e que a minha aura preencha o palco.


Você está feliz com a sua aparência no seu último trabalho?


Jung Kook: Não estou 100% satisfeito, não. Quando fizemos apresentações para “Dynamite” recentemente, eu continuei vendo as minhas imperfeições.


A sua atuação na introdução de “Dynamite” foi realmente impressionante. Mesmo em tempos de COVID-19, você capturou uma sensação de vivacidade e de ser descolado, como se explicasse do que se trata a música.


Jung Kook: Na verdade, no primeiro dia de filmagem do videoclipe, eu deveria filmar as minhas partes primeiro, mas eu estava tão mal que tive que empurrar para o final da filmagem. Assim, eu estava um pouco mais relaxado quando a câmera rodou.


Então é isso que você ganha quando está relaxado! (risos)


Jung Kook: Sim, eu relaxei e algo fez "pop!" e “bum!” dentro de mim, e então eu fiz como eu queria! (risos)



É fascinante como alguém que se apresenta da maneira que você faz em estádios durante as turnês pode ficar nervoso durante uma filmagem e, ainda assim, se sair tão bem.


Jung Kook: Eu posso ser uma pessoa tímida. Quando as pessoas costumavam me pedir para cantar, eu nem sempre conseguia - como na frente de adultos ou professores. E eu ainda sou um pouco assim. Se eu começar a pensar: "Ah, eu não posso fazer isso", então eu realmente acabo não sendo capaz de fazer isso. Mesmo quando eu poderia ter feito bem.


Por que você acha que isso é assim?


Jung Kook: Eu sinto o mesmo sobre a minha dança e o meu canto, e eu também não consigo compor uma melodia realmente incrível. Eu sinto que estou sempre em algum lugar no meio do caminho. Mas também acho que eu tenho as minhas próprias cores, então eu gosto de me abrir calma e lentamente para as pessoas e dizer que tipo de pessoa eu sou. Algo assim... (risos)


Mas, quando você revê suas músicas e performances objetivamente, você vê todas as suas mudanças, não é?


Jung Kook: Há muitas mudanças. A minha voz mudou muito. Eu fiquei mais alto e o meu corpo e estrutura facial também mudaram. Eu poderia dizer o quão estranho eu parecia no início, mas, depois de um tempo, eu penso: “Meus gestos parecem melhores agora, mas eu sinto que a minha dança é muito rígida”. E novamente depois de um tempo, "Agora a minha dança está boa e os meus gestos estão bons, mas estou fazendo expressões faciais estranhas." E depois eu digo: "Agora eu consegui controlar as expressões faciais, mas, hmm, não há um movimento matador." (risos) Foi assim que eu mudei lentamente. E então as minhas ações, pensamentos, sonhos, objetivos, o que eu valorizo, o que quero fazer - todas essas coisas mudarão dependendo da situação.


Você também teve algumas mudanças em 'BE'. Ao longo de "Life Goes On", você carrega levemente a sua voz e o tom por toda a música, como se estivessem fluindo.


Jung Kook: Certo. Eu acho isso muito importante. O meu sentimento geral era de que a minha voz deveria estar presente na música, ao invés de colocar a minha voz individual para fora. A letra diz que o mundo parou, mas eu não consigo continuar triste e a vida continua e flui. Eu queria misturar um pouco das minhas próprias cores naquela tristeza sutil e complexa. Eu ouvi como os outros membros gravaram as suas partes para a música e eu cantei enquanto pensava em como poderia fazer de uma maneira que tudo se misturasse bem. Continuei mudando a minha voz, explorando como torná-la melhor, mais limpa. Eu continuei tentando coisas novas enquanto gravava, tocava e praticava.


Quando você olha para trás, depois de todas essas mudanças, você não sente que conquistou muito?


Jung Kook: Eu realmente não presto atenção às coisas que já aconteceram. Penso mais sobre o que preciso agora, então eu raramente penso: “Fiquei muito melhor do que como eu costumava ser” ou “Eu fiz um bom trabalho”.



Você parece insaciável, no bom sentido.


Jung Kook: Sim. É assim que eu quero continuar vivendo e eu espero que esse sentimento nunca desapareça.


Você conquistou um imenso sucesso com o BTS. O que faz você querer continuar fazendo mais e se aprimorando?


Jung Kook: Eu quero mostrar às pessoas quem eu sou: como falo, como ajo, como canto e assim por diante. E, depois disso, eu quero ser reconhecido por fazer o que gosto de fazer e quero que as pessoas vejam como eu sou um cara incrível. Eu quero fazer essas coisas passo a passo. Eu quero ser apreciado como o Jung Kook, como o meu verdadeiro eu.


O que você acha que é a fonte dessa energia - a energia para continuar se provando, mesmo que você já tenha alcançado tanto com o BTS?


Jung Kook: Acho que o meu coração está me dizendo para fazer isso. O BTS conseguiu subir tão alto graças aos membros do grupo, à empresa e aos nossos fãs. Mas sempre há a questão de saber se eu poderia receber esse tipo de reconhecimento por mim mesmo, então eu tenho essa sensação de querer me lançar a algum desafio sozinho. Há muito que eu quero fazer e muito que eu quero alcançar.


Ao melhorar você mesmo gradualmente, que tipo de pessoa você idealmente gostaria de se tornar?


Jung Kook: Uma pessoa que é incrivelmente incrível na sua área. (risos) Esse tipo de pessoa parece legal mesmo quando faz algo diferente. Eu ainda tenho um longo caminho a percorrer. Eu sinto que poderia ser mais cativante e atrair mais as pessoas, melhorando uma série de coisas, me esforçando para ter confiança no meu canto ou na maneira como eu danço e me apresento. O BTS é muito mais importante e significativo para mim do que eu sou para mim mesmo, então eu não estou dizendo que quero fazer nada sozinho. Mas espero chegar ao ponto em que eu possa me apresentar sozinho por três ou quatro horas em um local cheio de pessoas.


Está claro que o seu trabalho, música, é muito importante para você.


Jung Kook: Eu nunca devo deixar isso passar. É o que eu sempre penso. Tenho que mantê-lo perto de mim, mesmo que eu fique entediado, ou que eu não queira ouvir, ou que pareça um aborrecimento. Eu quero continuar fazendo música. Pode ser um longo caminho até o fim, mas eu quero me provar com minha música.


Você disse antes que seu MBTI (Resultado de teste de personalidade baseado em Psicologia) é ISFP, então eu pesquisei. Obviamente, o MBTI não consegue resumir uma pessoa perfeitamente, mas diz-se que os ISFPs tendem a ser “artistas curiosos”. Sua resposta me lembra disso.


Jung Kook: Isso parece certo. Também pesquisei os traços de personalidade do ISFP e foi interessante. (risos)


Talvez seja por isso que você define suas metas tão altas. Você parece ter padrões elevados e quer continuar crescendo.


Jung Kook: É como o topo de uma montanha com neblina. (risos) Eu nem consigo ver o topo ainda.



Você tem escalado há sete anos e continua curioso. Existe algo que você gostaria de dizer às pessoas que têm observado você esse tempo todo?


Jung Kook: Hum... Bem, nós somos sete e nós sete continuamos correndo. Então, é possível que possamos ficar cansados, um por um, e desistir, certo? Mas se mais pessoas se juntarem a nós, uma por uma, e correrem conosco, podemos apoiar uns aos outros e puxar uns aos outros se alguém cair. É assim que eu me sinto. Há pessoas que nos apoiaram desde o início, que têm nos observado o tempo todo e, por causa delas, a nossa contagem de seguidores continua aumentando e elas nos mantêm no caminho certo. Portanto, a única coisa que posso dizer é obrigado. Não éramos nada de especial, na verdade (risos), mas eles continuam gostando de nós e nos apoiando, e a melhor maneira de retribuí-los é dando tudo a eles através da nossa música e apresentações. Eles me levam a trabalhar duro, mesmo nas coisas que acho difíceis. (risos) Eu sou eternamente grato.


Exatamente como no último verso de “Stay”.


Jung Kook: “Estamos juntos.”


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