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Short Films de MAP OF THE SOUL ON:E CONCEPT PHOTOBOOK: Detalhamento e análises

Bom, como prometido, cá estamos nós para compartilharmos um pouco do que observamos e conectamos a partir dos Short Films que foram divulgados ontem como parte das promoções do MAP OF THE SOUL ON:E CONCEPT PHOTOBOOK.


Caso você ainda não tenha assistido aos vídeos, é só clicar aqui e você será redirecionado para o canal BANGTANTV!


Antes de falarmos sobre cada um deles, perceba que os Short Films - pelo menos até agora - são apenas da versão PISTA [PERSONA], pois dessa forma cada um deles se relaciona à música solo de cada membro.


Short Films não são uma novidade nos trabalhos do BTS, porém já faz um bom tempo desde a última vez em que fomos presenteados com eles. Sim, foi em WINGS!



Em 2016, os Short Films individuais dos membros / personagens foram a premissa, os conteúdos iniciais dessa era marcante. Lembrando apenas que, na época, eles foram lançados de forma mais espaçada e, dias depois na sua sequência, foi lançado o trailer de comeback de “Boy Meets Evil.” Além disso, os Short Films de WINGS eram bem mais longos (de 2 a 6 minutos), bem mais conectados ao enredo do Bangtan Universe e, até certo ponto, bem mais complexos.


No entanto, isso não quer dizer que aqui nós não tenhamos informações e referências diversas e tão complexas quanto, principalmente naqueles detalhes que o nosso olho tende a passar batido. É por isso que vamos te apresentar os Short Films de MAP OF THE SOUL ON:E um a um:



1️⃣ RM - "INTRO: PERSONA"



Temos aqui um cenário muito semelhante ao que vemos em grande parte do MV / trailer de comeback de “Intro: Persona”: Essa sala de aula revirada e repleta de escritos que vão desde a lousa até a parede, e todos eles nos remetem a MAP OF THE SOUL.


Como já tínhamos comentado, “Intro: Persona” do RM é uma faixa que reflete sobre o conflito muitas vezes presente entre o que se é e o que se apresenta diante do mundo, a sua Persona - sobretudo, no caso dele, enquanto artista e pessoa pública (“Who the hell am I?”).


É por isso que vemos RM novamente junto a microfones. Pense em como os microfones são a melhor representação possível em um objeto de como ele se apresenta diante do mundo: Rapper, cantor, artista.



Também vemos o RM posicionado em frente a uma tela que está reproduzindo uma foto dele mesmo. Agora, porém, com o Short Film, podemos ter mais detalhes dessa cena. Veja que, na foto na tela, RM está surgindo por baixo ou por detrás de uma cortina como aquelas que vemos em teatros ou shows.



Isso nos fez lembrar da forma como, no MV / trailer de comeback de “Intro: Persona”, vemos RM usando um casaco no qual estava escrito “Não preste atenção ao homem atrás da cortina” - que, na verdade, é uma frase presente na história do “Mágico de Oz”.



Essa citação nos faz pensar em como a Persona, como uma máscara ou como uma cortina, muitas vezes oculta o que ou quem há por trás dela. Preste atenção à “cortina”, à “superfície”, mas não à essência ou profundidade que existe por trás.


Assim, como já tínhamos comentado também, vemos o nosso líder em duas versões: o RM na foto na tela e o RM a frente da tela. Vemos duas versões dele mesmo porque existe um NamJoon para além do RM, um ser humano para além do artista ou profundidade para além da superfície da Persona.


No entanto, o grande destaque nesse Short Film vem, é claro, para a lousa e esse é um ponto FUNDAMENTAL!



A lousa também esteve presente antes no MV / trailer de comeback, além da performance ao vivo de “Intro: Persona” no MMA 2019 e, em cada um desses, a lousa era em vários detalhes diferente!


Lousa do MV / trailer de comeback de "Intro: Persona"

Lousa da performance de "Intro: Persona" no MMA 2019



O mesmo acontece aqui no Short Film do RM, onde novas modificações chamaram a nossa atenção. Então, vamos trabalhar em uma pequena retrospectiva - sem observar tooodos os detalhes de cada lousa construída, mas sim aqueles que se modificaram até aqui e que podem ser muito relevantes num futuro próximo. 👀


Desde o MV, vimos que havia uma montanha desenhada na base da lousa. Na imagem abaixo, conseguimos enxergar melhor o que há ali. Perceba que temos algo como uma pessoa desenhada ao pé da montanha e, junto a diversas palavras e frases como “Persona”, “Shadow (Sombra)”, “Ego”, “Who are you? Who am I? (Quem é você? Quem sou eu?”, vemos setas que nos indicam que o caminho a ser seguido é para cima.



Isso, inclusive, nos lembra do momento em que os membros escalaram aquele monte no MV de “ON”. A “subida” também se refere simbolicamente a mover-se rumo a um nível superior de consciência, como já temos falado, a trazer mais do que somos em essência ao Ego, à consciência.



Agora, no Short Film, vemos que na montanha os questionamentos e as palavras se mantém, bem como as setas. Porém, no topo dela, há uma grande bandeira com o nome do RM e também a palavra HAPPINESS (FELICIDADE) junto à linha que delineia a subida da montanha. É como se RM - aquela pessoa que antes estava na base da montanha - tivesse conseguido chegar ao topo - ao menos nessa primeira parte da montanha - e lá ele fincou uma bandeira, marcando o seu progresso ou o ponto até onde já chegou.



E, já que estamos falando de HAPPINESS (FELICIDADE) aqui, esse provavelmente é o termo mais importante que temos no momento. Sim, HAPPINESS já havia aparecido na lousa do MV e da performance ao vivo, mas aparecia junto às palavras DREAM (SONHO) e LOVE (AMOR).



No Short Film, essas 3 palavras (DREAM, LOVE, HAPPINESS) voltam a aparecer, mas não mais apenas juntas. Vemos LOVE de forma bastante dispersa no quadro e DREAM aparecendo junto a YOUTH (JUVENTUDE) e EGO. Por isso, antes de falarmos sobre HAPPINESS, vamos entender o por que da presença desses outros termos e dessa sequência aqui.



Ok, vamos por partes. DREAM ou SONHO. Há uma citação do Jung na qual ele diz:


“O sonho é a pequena porta escondida no santuário mais profundo e íntimo da alma, que se abre para aquela noite cósmica primitiva que era alma muito antes de haver ego consciente e será alma muito além do que um ego consciente poderia alcançar.”

Ou seja, o sonho é essencialmente algo que traz o inconsciente ao consciente, que permite que ambos se conectem e se expressem de maneiras fantásticas.


YOUTH ou JUVENTUDE. Um passo atrás. Jung afirma que a criança “simboliza a essência humana pré-consciente” e a Dra. Renate Jost de Moraes, pesquisadora brasileira que seguia a linha de pensamento de Jung, afirma que “a criança, quando nasce, já traz em si - e bem elaborada - toda a estrutura básica de seu psiquismo e a programação orgânica. E na infância, a criança continua mentalmente mais comandada pelo inconsciente que pelo consciente”.


Por isso, é - ou deveria ser - exatamente na juventude que se encontra um período de aumento de atividade, de maturação da sexualidade e, finalmente, de crescimento ou de desenvolvimento da consciência. O que nos leva diretamente ao EGO, que é a própria expressão do EU e, contendo a consciência, permite que nós comecemos a construir uma identidade e possibilita o início da jornada, os primeiros passos.


Assim, nesse novo conjunto de palavras que surge na lousa do Short Film, existe também uma lógica sequencial. O sonho como a porta que permite a conexão inconsciente-consciente, a juventude que é quando o inconsciente de fato passa a dar lugar ao consciente e o Ego que é a expressão mínima desse processo.


Continuando. LOVE ou AMOR volta a aparecer em vários pontos da lousa do Short Film. O amor surge nesse contexto, POR ENQUANTO, a partir da postura muito mais madura que a conexão inconsciente-consciente e o desenvolvimento do Ego permitem que tenhamos diante dele - seja em relação a outros ou a nós mesmos.


É como dissemos na nossa análise de “Boy With Luv” em relação a “Boy In Luv”. WITH (COM) e IN (EM) são escolhas de palavras bastante específicas. Quando se está ‘IN LUV’, estamos basicamente possuídos por uma emoção e uma projeção que colocamos sobre a outra pessoa ou sobre nós. Falamos de um sentimento descontrolado do qual o nosso ego se torna escravo. Por outro lado, quando se está ‘WITH LUV’, estamos muito mais no controle da situação e dessa emoção, o que é um claro sinal de um ego ou uma personalidade mais madura. Assim se desperta uma celebração do poder transformador do amor sobre a própria vida e sobre como ele nos leva a apreciar as pequenas coisas dos processos que vivenciamos diariamente em nossas jornadas pessoais.


Pois bem, pense um pouco nessas palavras que exploramos até aqui. LOVE se fez presente junto a “Boy With Luv”. DREAM se fez presente, por exemplo, no final do MV de “ON”. YOUTH agora se fez presente na temática das fotos no livro-conceito. Mas e HAPPINESS?


Cena do MV de "Boy With Luv"

Cena final do MV de "ON"

Foto do MAP OF THE SOUL ON:E CONCEPT PHOTOBOOK - Versão ROTA [YOUTH]



HAPPINESS chamou MUITO a nossa atenção ao aparecer escrita na lousa do Short Film como MAP OF THE SOUL HAPPY NESS (no canto inferior esquerdo). Se estivesse escrito MAP OF THE SOUL HAPPINESS, a tradução literal seria MAPA DA ALMA FELICIDADE.



Ali, a palavra HAPPINESS foi dividida em suas duas partes: HAPPY, que significa FELIZ, e NESS, que nessa palavra age como um sufixo para transformar o adjetivo em um substantivo.


Porém, apenas NESS, como uma palavra isolada, tem significados completamente diferentes como “promontório”, que é uma saliência, uma elevação.


Então, temos ali escrito MAPA DA ALMA FELICIDADE ou MAPA DA ALMA FELIZ ELEVAÇÃO.


Acreditamos que pensar em NESS aqui como o prefixo, talvez, faça mais sentido pela lógica de que NESS traria profundidade à palavra com a qual se instala. Por exemplo, é fácil percebermos ou entendermos quando estamos nos sentindo felizes [HAPPY] ou tristes [SAD], ou ainda é fácil perceber quando está escuro [DARK] ao nosso redor. São todos adjetivos.


Agora, se adicionamos NESS e transformamos adjetivos em substantivos, a história é outra. O que é felicidade [HAPPINESS]? O que é tristeza [SADNESS]? O que é a escuridão [DARKNESS]? Bem mais complexo, não é mesmo?


Porém, observando a montanha com a palavra HAPPINESS junto à subida, como fizemos antes, nos faz pensar em como FELIZ ELEVAÇÃO também teria um certo sentido complementar. No movimento a níveis mais altos de consciência, ao trazermos mais do que essencialmente nos compõe - seja Sombra, Persona ou outros aspectos que ainda estejam por vir - ao Ego, à consciência, podemos encontrar felicidade não apenas nos objetivos, mas em meio à jornada.


Assim, pesquisando um pouco sobre a compreensão de Jung acerca da felicidade, encontramos algumas citações muito interessantes como:


“'Felicidade'... é uma realidade tão notável que não há ninguém que não anseie por ela, e ainda não há um único critério objetivo que provaria, sem qualquer dúvida, que essa condição necessariamente existe. Como sempre acontece com a coisa mais importante, temos que nos contentar com um julgamento subjetivo.” (Psicologia e Alquimia; The Collected Works of CG Jung, Volume 12)

“Mesmo uma vida feliz não pode existir sem um pouco de escuridão, e a palavra 'feliz' perderia seu significado se não fosse contrabalançada pela tristeza. É claro que é compreensível que busquemos a felicidade e evitemos oportunidades infelizes e desagradáveis, mas [...] quanto mais você busca deliberadamente a felicidade, mais certeza tem de não encontrá-la. Portanto, é muito melhor aceitar as coisas como elas vão, com paciência e serenidade.” (A Estrutura e as Dinâmicas da Psique; The Collected Works of CG Jung, Volume 8)

Você percebe a maneira profunda como Jung questiona e compreende a felicidade? Primeiro, ele afirma que nem se sabe se essa condição realmente existe. É possível alcançar essa tal felicidade?


Depois, de forma muito sábia, ele diz que a felicidade também está muito relacionada a um julgamento subjetivo. O que é felicidade para mim é também felicidade para você?


A felicidade ou o “ser feliz” também perderia todo o seu sentido na ausência da tristeza. É pela existência do diferente, do oposto que podemos pensar, refletir e experimentar de algo como a felicidade.


E, por fim, Jung diz que a felicidade não é algo que se busca, mas que se encontra na jornada também ao “aceitar as coisas como elas vão” - o que nos remete muito a aceitar e integrar as diferentes partes que nos compõem, bem como à noção de destino.


Por que, então, MAP OF THE SOUL HAPPY NESS teria aparecido aqui na lousa, bem como HAPPINESS na subida da montanha - sendo que não estavam assim no MV de “Intro: Persona” e nem mesmo na performance ao vivo? Seriam conceitos como felicidade ou destino temas que o BTS abordaria no futuro enquanto exploramos mais do mapa da alma?



Na verdade, há alguns meses, nós publicamos uma grande análise e teoria sobre o que acreditávamos que havia acontecido com a era MAP OF THE SOUL e o que poderíamos esperar dessa temática no futuro. Nesse texto, chegamos a citar aspectos como os que debatemos agora. Você pode conferir essa análise completa aqui!


No entanto, acreditamos que existe uma possibilidade de que a FELICIDADE seja um tema que virá mais rápido ainda! Se as notícias se confirmarem e tivermos um comeback com um single ao fim de maio, poderia esse single tratar sobre a FELICIDADE? Veremos.


Por fim, um último detalhe que percebemos no Short Film do RM foi a presença desses dois relógios. Um deles está marcando 06:13, ou seja, 13/06 - a data do debut do BTS. Já o outro está marcando 09:12, ou seja, 12/09 - a data do aniversário do RM.



 

2️⃣ SUGA - "INTERLUDE: SHADOW"



O Short Film do SUGA é, de certo modo, bastante “simples”, tendo em vista tudo que nós já debatemos até aqui acerca da Sombra - partindo sempre dos conceitos e princípios junguianos.


Como já explicamos, vemos o SUGA em um cenário que traz aspectos semelhantes ao que vimos no MV / trailer de comeback de "Interlude: Shadow", mas também apresenta o ringue - que nos remete à performance de “UGH!”.



Se lembre da letra de "UGH!". Ela versa sobre ódio, raiva explosiva, perda de temperamento, etc. São sentimentos recorrentes e cada vez mais absurdos no mundo, partindo para a prática, também porque as pessoas tendem a reprimir esses aspectos. E reprimem aonde? Na Sombra.


Ou seja, a temática geral presente aqui é a Sombra. E, no Short Film do SUGA, ela também se expressa de forma brilhante através das cores: basicamente preto e branco e, em alguns poucos momentos, o vermelho.



O preto, em seus significados simbólicos, pode nos levar à tristeza, raiva, falta de clareza, mas também mistério, poder e o próprio inconsciente. O vermelho, por sua vez, como sempre falamos, revela significados como o conflito, o perigo, a paixão, entre outros - sendo que o conflito também pode ser observado no absoluto contraste entre preto e branco.


 

3️⃣ JIN - "MOON"



Como também já tínhamos analisado, a música solo do Jin é “Moon, na qual ele se coloca como a Lua e canta para o ARMY, representado pela Terra.


Por isso, vemos ele como se estivesse em meio ao espaço, sobre um terreno que se parece com o lunar, e também junto à Terra.


Vemos também um telefone sendo colocado sobre ou próximo ao globo terrestre e, em alguns momentos, Jin parece atender a esse telefone. Isso nos faz pensar na forma como, não apenas o Jin, mas todo o BTS se vê e sempre coloca muito próximo ao ARMY. Sabemos bem que o ARMY sempre está pronto a ouvir o BTS, assim como o BTS sempre está pronto a ouvir o ARMY.



Mais ao fim do Short Film, vemos novamente as rosas refletidas sobre o Jin, nos levando à história do Pequeno Príncipe e a sua relação tanto com a Lua como com a rosa - como vimos na performance no ano passado.



Porém, como alertamos há alguns dias, essas rosas refletidas sobre o peito do Jin também nos deixaram um pouco perplexos, afinal de contas a última vez em que vimos flores refletidas sobre o Jin foi quando o lírio se refletiu no seu peito na era HYYH, marcando o início da relação do seu personagem com o loop no tempo.


 

4️⃣ J-HOPE - "OUTRO: EGO"



Como nas fotos divulgadas anteriormente, aqui no Short Film também vemos o j-hope cercado por letreiros e luzes que colocam em destaque o seu próprio nome em coreano: 제이 홉.


Assim como quando falamos sobre o Ego e analisamos a sua faixa solo, ele está trazendo essa identidade à luz. Reconhecendo quem ele é.


Além disso, é claro que os letreiros também nos lembram do MV / trailer de comeback de "Outro: EGO".



No Short Film, porém, temos dois detalhes que não tinham aparecido antes! O primeiro deles é o fato de que conseguimos ler mais letreiros para além do nome do j-hope. Temos ali então:


⚪️ Records = Gravações, no sentido de músicas, etc.;

⚪️ Hello = Olá;

⚪️ Always the voICE we love = Sempre a voz que amamos;

⚪️ Love you till the = Amo você até… [OU] Ame você até…;

⚪️ Going places = Indo a lugares;

⚪️ Welcome hope world = Bem-vindo mundo de esperança.


Dizem muito sobre o próprio j-hope/HoSeok também, não é mesmo?


Agora, o segundo detalhe diferente é de explodir os neurônios de qualquer um: Vemos o j-hope com fantasias ou vestido de formas variadas:


⚪️ De morango;

⚪️ De leão;

⚪️ Montando um dinossauro;

⚪️ Um casaco mais formal, quase aveludado;

⚪️ Uma blusa branca.



Bom, vamos de baixo para cima. Tanto a blusa branca como o casaco são apenas figurinos que já haviam aparecido também no MV / trailer de comeback de “Outro: EGO”.


Honestamente, o dinossauro, o leão e o morango não parecem ter uma razão específica, nem algo que os conecte. Apenas a personalidade alegre, vívida e divertida do próprio j-hope.


Ah! E, claro, vemos em alguns momentos um adesivo colado no rosto do j-hope. Ali está escrito apenas HOPE WORLD, ou seja, MUNDO DE ESPERANÇA - que é também o título da primeira mixtape do j-hope e quase um lema de vida para o mesmo.



 

5️⃣ JIMIN - "FILTER"



Assim como nas fotos, no Short Film vemos Jimin cercado por algumas estátuas e, graças ao vídeo, conseguimos identificar ao menos - e por enquanto - uma delas. A maior estátua que vemos é a Vênus de Milo, que também já havia aparecido anteriormente no MV de "Blood Sweat & Tears".


Vênus era a deusa do amor e da beleza da mitologia romana e a sua equivalente na mitologia grega era Afrodite. Veja a estátua da qual estamos falando:



Para além disso, perceba a posição do Jimin junto às estátuas. Ele está sobre uma plataforma, como se fosse parte da própria exposição (e, convenhamos, Park Jimin e cada um dos membros do BTS é uma obra de arte 🤷‍♀️).



Observando a presença das estátuas, como já havíamos comentado, chegamos a algumas possibilidades:


⚪️ A forma como deuses e/ou pessoas de poder eram representados na Antiguidade em estátuas nem sempre correspondia a como estes eram na realidade. Ao produzirem suas estátuas, os escultores podiam aplicar um “filtro” sobre as feições ou características dessas figuras.


⚪️ Os deuses da mitologia recebiam nomes diferentes de acordo com a “região” de onde vinham, embora as suas características e atribuições permanecessem os mesmos. Por isso, como o exemplo que demos acima sobre Vênus e Afrodite, essas divindades recebiam um “filtro” diferente de acordo com o local, cultura e afins. Sua essência era a mesma, mas seu nome e, por vezes, sua aparência era modificada.


⚪️ As estátuas, geralmente, tem rostos com feições bastante "gerais" ou, às vezes, nem tem rostos, o que nos leva de volta à ideia do filtro. Podemos colocar sobre o rosto o "filtro" que desejarmos. Construir uma imagem. Podemos "pick your filter". 🤭


Para além das esculturas, aqui no Short Film vemos o Jimin sob diversos filtros diferentes, desde os coloridos aos monótonos.



Por fim, um detalhe interessante que percebemos ali é que, em alguns momentos, um triângulo é projetado sobre o rosto do Jimin.



A figura do triângulo, por ser formado por 3 segmentos, pode fazer alusão a várias tríades que se completam como início, meio e fim; corpo, alma e espírito; Pai, Filho e Espírito Santo, etc. Assim, nessas conexões, o triângulo poderia simbolizar a perfeição.


Pensar no tema da perfeição aqui é intrigante, especialmente quando pensamos em como filtros são utilizados na atualidade - sobretudo se estamos falando das redes sociais. Pessoas de todos os tipos aplicam filtros sobre seus rostos a fim de estarem mais próximos de um padrão estabelecido de perfeição, de “aceito”.


Ainda em relação ao triângulo, o próprio Jung afirmou que os seres humanos percebem, mesmo que de forma inconsciente, a presença da sensualidade e do feminino nessa figura geométrica.


 

6️⃣ V - "INNER CHILD"



A música solo do V na era MOTS, até então, é intitulada “Inner Child”, tratando, de certa forma, sobre essa criança interior que reside em nós e que não deve ser perdida.


Já no primeiro segundo do Short Film, temos uma visão agora mais completa do cenário das suas fotos. Ao fundo, temos o que parece muito com uma releitura ou reinterpretação da pintura “A Noite Estrelada”, de Van Gogh! Sabemos que o Taehyung admira muito o Van Gogh enquanto artista, não é mesmo?



A frente desse pano de fundo maravilhoso, temos vários desenhos como as nuvens, o carrossel, as flores e todos parecem ter sido desenhados à mão. Além deles, vemos ainda a escadinha de madeira. Perceba como todas essas figuras nos remetem à ideia da criança, da infância, imaginação, ingenuidade, etc.


Veja também como os tons azulados novamente ganham destaque nesse Short Film, trazendo o aspecto de infância, da calma, do conforto - como já tínhamos trabalhado na era WINGS.



Outro detalhe que chamou a atenção desde a performance no ano passado é o próprio figurino do V. Ele está vestindo algo como uma regata e um macacão listrado por baixo de um terno preto. Existe uma certa dualidade, um impacto entre as duas camadas, não te parece?



O terno nos faz pensar no Taehyung já enquanto homem adulto enquanto o macacão com suas listras e sem mangas nos faz pensar num Taehyung menino. Mais uma vez, nos conduz diretamente a “Inner Child”, essa criança que vive dentro - aqui dentro do terno - de nós e com a qual sempre temos muito a aprender e/ou resgatar.


 

7️⃣ JUNG KOOK - "MY TIME"



Por fim, como já era de se esperar, a centralidade do Short Film do Jung Kook está na ideia do tempo - afinal de contas, a sua música solo é “My Time”. No entanto, aqui ele se expressa em um objeto que não tínhamos visto ainda nas suas fotos: o relógio.


Em grande parte do vídeo, vemos o próprio Jung Kook dentro da moldura desse relógio e, em outros momentos, vemos até mesmo a sua sombra projetada dentro da sombra do relógio. Além disso, por favor, sempre observe as expressões dos membros - veja o rosto do Jung Kook em meio ao vídeo - e também os esquemas de cores construídos.



Isso nos levou a algumas possibilidades:


Como já discutimos, "My Time", ou seja, "Meu Tempo" é sobre o próprio Jung Kook reconhecendo as diferentes noções de temporalidade que existem na forma como ele, enquanto artista e ser humano. Reconhecendo como a sua juventude, a sua vida até aqui caminhou de uma forma bastante distinta dentro do tempo e isso, agora, traz impactos e questionamentos.


Por isso, ver ali a sombra do Jung Kook projetada junto à sombra do relógio é tão intrigante. Voltemos à noção de Sombra de Carl Jung, você se lembra? De forma básica, a Sombra é composta por tudo aquilo que queremos "manter no escuro", escondido de tudo e todos - inclusive de nós mesmos. Não quer dizer que a Sombra ou os seus conteúdos sejam essencialmente "ruins", mas talvez não sejam tão agradáveis em determinados contextos e personalidades. Por isso, queremos esconder ou ignorar certos pontos e aqui se incluem nossos medos, dores e afins.


Pense no que o Jung Kook deve ter vivido e enfrentado nos últimos anos, desde tão jovem. A letra de “My Time” nos leva a pensar em como o próprio tempo pode estar conectado à Sombra do Jung Kook quando ele se questiona “Estou vivendo isso da forma certo? Por que sou o único em um espaço-tempo diferente?” ou quando diz “Será que eu posso algum dia encontrar o meu tempo?". No tempo e na forma como nós nos desenvolvemos através dele, também se escondem medos, dores, perguntas, arrependimentos. E, por isso, ver a sua sombra refletida junta à sombra do relógio é tão impactante no Short Film, principalmente se somada aos tons pesados de preto e branco, vermelho, sépia que vemos nas cores aqui.



Agora, como bons malucos que somos, não poderíamos deixar de dizer como o tempo é algo que tem nos intrigado também quando se trata do personagem do JungKook no Bangtan Universe. Ficamos ainda mais encucados quando, aos 15 segundos do vídeo, vimos Jung Kook dentro do relógio girando no sentido anti-horário, ou seja, seria como se os ponteiros do relógio estivessem voltando e, consequentemente, o tempo voltando.


Se desejar saber mais sobre o assunto, acesse aqui!



No entanto, é claro que esse giro em sentido anti-horário também nos leva a pensar em como, talvez, o Jung Kook já adulto gostaria de poder retornar para alguns momentos da sua adolescência que foram, de certa forma, “atropelados” pela sua necessidade de crescer e se desenvolver rapidamente junto ao grupo. Definitivamente, sempre existem sentidos muito mais intrínsecos do que possamos imaginar.

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2 Comments


Priscila Ishizaki
Priscila Ishizaki
Apr 26, 2021

Ainda terminando de ler, mas queria colocar mais um ponto que pensei sobre Filter.

A Vênus de Milo, apesar de carregar o nome da deusa romana (que, como vcs msms disseram, na mitologia grega é representada por Afrodite), pode não ser uma representação divina. Não se tem certeza se ela é uma deusa ou uma figura humana. Então talvez a escolha por essa estátua especificamente para esse contexto, seja justamente por poder "escolher o filtro" através do qual desejamos ver. Ou seja, como você deseja me ver? Qual versão de mim você quer? No caso da escultura: uma representação divina de beleza ou uma expressão da mulher comum (nesse caso grega) ou do que se deseja dela?

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Priscila Ishizaki
Priscila Ishizaki
Apr 26, 2021
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Além disso, também dá para traçar um paralelo entre o fato de representar deuses com figuras humanas perfeitas e os filtros usados nas redes sociais que "endeusam" pessoas.

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